As autoridades indianas mobilizaram nesta terça-feira centenas de policiais e suspenderam a conexão com a internet em uma cidade do norte do país, cenário de tensão entre comunidades após o assassinato de uma criança.
O corpo da menina de dois anos, de família hindu, foi encontrado no início do mês em estado de decomposição em um aterro público do distrito de Aligarh (estado de Uttar Pradesh).
De acordo com os investigadores, ela foi assassinada por dois homens muçulmanos em represália por um empréstimo de 10.000 rupias (144 dólares) que não foi pago pelo avô da vítima.
Vários grupos hindus protestaram na cidade de Tappal, onde a menina nasceu, para pedir "justiça imediata".
A polícia impediu na segunda-feira que o líder de um grupo de extrema-direita hindu, o Vishwa Hindu Parishad, visitasse a casa da família da vítima.
No domingo, integrantes de outro grupo radical se reuniram para exigir a pena de morte para os suspeitos.
O governo, que alega estar baseado no código penal, proibiu grandes concentrações e suspendeu a internet em Tappal", informou Chandra Bhushan Singh, funcionário da administração distrital.
"Mobilizamos reforços da polícia como medida de precaução. A situação é normal no momento", disse.
As autoridades também monitoram as pessoas que compartilham informações falsas que possam provocar "tensões entre comunidades", indicou a agência Press Trust of Indian.
O número de atos violentos contra as crianças aumentou significativamente nos últimos anos na Índia, com quase 100.000 casos em 2016, cinco vezes mais que uma década antes.
Na segunda-feira, três hindus foram condenados à prisão perpétua pelo estupro e assassinato de uma menina muçulmana na região de Jammu (norte).