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Estado de Minas

Justiça alemã legaliza morte de milhões de pintos machos na indústria

Corte Federal considerou que a eliminação atende interesses econômicos dos criadouros de galinhas poedeiras, enquanto não se consegue determinar o sexo da ave ainda no ovo


postado em 13/06/2019 08:43 / atualizado em 13/06/2019 09:13

(foto: John MACDOUGALL / AFP)
(foto: John MACDOUGALL / AFP)

A mais alta instância da Justiça na Alemanha considerou, nesta quinta-feira, que o setor avícola poderá continuar eliminando milhões de pintos machos até que seja possível aplicar métodos que permitam a diferenciação de sexo na produção de ovos em larga escala.


A Corte Administrativa Federal teve de decidir se era possível matar, em geral por trituração, os pintos machos em conformidade com o primeiro artigo da lei sobre a proteção dos animais, segundo a qual "ninguém tem o direito de infligir aos animais dores, sofrimentos, ou danos sem motivos razoáveis".


"A prática atual (de eliminar os pintos machos) se baseia em um motivo razoável até o surgimento, em um prazo próximo 'a priori', de métodos para determinar o sexo no ovo", declarou a juíza Renate Philipp.


Assim como as duas instâncias precedentes, a Corte considerou que os interesses econômicos dos criadouros de galinhas poedeiras eram prioridade por enquanto, avaliando que os machos não eram úteis na indústria e caros demais para se reproduzirem. A cada ano, 45 milhões de pintos machos são sacrificados.

(foto: John MACDOUGALL / AFP)
(foto: John MACDOUGALL / AFP)


A origem do litígio revisto pela Corte remonta a 2013, quando o Ministério da Agricultura da região de Renânia do Norte-Westfália quis proibir a eliminação em massa dos pintos. Os criadouros atacaram a decisão, porém, e ganharam nas jurisdições do estado regional e, agora, em nível federal.


Essa prática foi muito polêmica na Alemanha. A ministra da Agricultura, Julia Klöckner, é uma de suas principais opositoras.


"Matar os animais depois de seu nascimento por causa de seu sexo não é possível", disse a ministra ao jornal regional "Rheinische Post", acrescentando que oito milhões de euros foram desbloqueados para buscar outras alternativas.

(foto: John MACDOUGALL / AFP)
(foto: John MACDOUGALL / AFP)


Vários métodos de diferenciação de sexo no ovo, que permitem destruir os machos antes da eclosão, estão sendo testados atualmente - sobretudo, na Alemanha e na Holanda -, mas estes métodos ainda não podem ser aplicados em escala industrial.


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