Uma multidão se concentrou nas ruas de Nova York neste domingo (30) para uma marcha histórica do Orgulho Gay, no qual eram aguardadas três milhões de pessoas, 50 anos depois dos distúrbios de Stonewall, que simbolizam o início do movimento moderno pelos direitos dos homossexuais.
A marcha convocada para o meio-dia local (11h de Brasília) saiu da Quinta Avenida com rua 26 em direção ao Greenwich Village, em um dia quente e ensolarado.
O prefeito democrata de Nova York, Bill de Blasio, conhecido defensor dos direitos dos gays e pré-candidato às eleições de 2020, antecipou a celebração como a "maior da história mundial".
Com participantes de todas as partes do mundo, a parada, salpicada pelas cores do arco-íris e caracterizada por trajes exóticos, terminará com uma festa na Times Square e um show de Madonna, ícone da comunidade homossexual.
Tudo para lembrar o 50º aniversário dos acontecimentos de Stonewall, origem da comunidade LGBT.
Foi do lado de fora do bar gay de Stonewall, no coração do Village, que a partir de 28 de junho de 1969, durante seis dias, policiais e ativistas gays cansados da repressão contra a comunidade LGBT protagonizaram confrontos ferozes.
Essas manifestações relançaram o movimento pelos direitos dos homossexuais e deram origem, em junho de 1970, à primeira Parada do Orgulho Gay, uma iniciativa que se espalhou por diferentes cidades ao redor do mundo - apesar do fato de a homossexualidade continuar a ser crime em cerca de 70 países.
Um ato paralelo, menos multitudinário, reuniu às 10h (11h de Brasília) milhares de pessoas que, segundo a polícia, começaram a desfilar em Greenwich Village e ao longo da Sexta Avenida em direção ao Central Park, em uma marcha chamada "Reclaim Pride" ("Recuperar o Orgulho Gay").
Esta manifestação alternativa, a primeira do tipo em Nova York, se opôs à exploração comercial que a Parada do Orgulho Gay oficial teria se tornado, segundo os organizadores. O desfile paralelo se opõe às 70 empresas patrocinadoras da marcha oficial, entre elas o banco Morgan Stanley e a Delta, e busca resgatar a "tradição radical" da revolta de Stonewall.
"Nosso objetivo nunca foi apenas a igualdade de direitos para a comunidade LGBT%2b", explica Peter Tachell, de 67 anos, militantes de direitos humanos famoso por ter tentado prender o ex-ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, vindo de Londres apenas para participar desta manifestação alternativa. "Meu objetivo é transformar a sociedade, (para construir) uma sociedade com liberdade e justiça social para todos", afirmou.
"Stonewall foi uma insurreição, e é importante que o Orgulho Gay não seja tomado pelas grandes empresas", disse Bennet Sherr, um estudante de 20 anos. "Há empresas que financiam a Marcha do Orgulho e depois entregam milhões a personalidades políticas anti-LGBT", reclamou.
Três milhões nas ruas
A controvérsia com a marcha principal, que começou ao meio-dia local (13h) na Quinta Avenida em direção a Greenwich Village, não foi tão acirrada, entretanto.
Muitos participantes do desfile alternativo disseram que também vão passar por esta edição da Parada do Orgulho Gay - que o prefeito democrata de Nova York Bill de Blasio, um conhecido defensor dos direitos gays e candidato para as eleições de 2020, apresentou como "a maior da história".
Estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas, chegando de todo o mundo, estarão presentes em um desfile repleto de bandeiras de arco-íris, que culminará em uma festa na Times Square e um show da Madonna, ícone da comunidade homossexual.
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