O Japão anunciou nesta segunda-feira a adoção de restrições à exportação de processadores, semicondutores e componentes para smartphones à Coreia do Sul, em uma polêmica que inclui ecos da Segunda Guerra Mundial.
As novas regras, que entrarão em vigor na quinta-feira, foram adotadas depois que um tribunal sul-coreano ordenou a empresas japonesas indenizar cidadãos da Coreia do Sul que foram utilizados como mão de obra forçada durante a Segunda Guerra Mundial.
"O sistema de controle de exportações é construído com base em relações internacionais de confiança", afirmou o ministério japonês da Economia e Comércio em uma nota oficial.
"Após revisões por parte de ministérios relevantes, deve ser afirmado que as relações de confiança entre Japão e Coreia do Sul foram seriamente danificadas", completa o comunicado.
Pela nova normativa, os exportadores agora precisam de uma autorização especial para cada venda se desejam exportar à Coreia do Sul, um processo que em cada caso pode demorar até três meses.
A questão do uso de trabalhadores sul-coreanos como mão de obra forçada por parte de empresas japonesas durante a Segunda Guerra Mundial é um problema permanente entre os dois países.
No mês passado, o Japão propôs que o tema seja submetido a uma arbitragem com base em um acordo assinado em 1965, quando os dois países normalizara, suas relações.
Em contrapartida, a Coreia do Sul propôs que as empresas japonesas se unam, a um fundo de compensação voluntária, ideia que o Japão rejeito por considerá-la "inaceitável".