América Latina e Caribe são vítimas de uma "epidemia de obesidade", denuncia um informe publicado nesta segunda-feira pela OCDE e a FAO, ao mesmo tempo que o número de pessoas em situação de insegurança alimentar continua aumentando na região.
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Obesidade infantil: a culpa é de quem?Obesidade atinge um em cada cinco adultos no Brasil e dobra entre jovensEstudo mostra que 'obesidade saudável' pode ser um mitoNavio de cruzeiro perde controle e quase bate em iate de turismo em VenezaO documento aponta o "triplo ônus da má nutrição", uma mescla de subalimentação, obesidade e falta de micronutrientes que cria "um problema de saúde pública cada vez mais grave".
O fenômeno "parece seguir avançando", alertam os especialistas da FAO e da OCDE, "especialmente para os setores pobres da população, as mulheres, as populações autóctones, as pessoas de ascendência africana e, em certos casos, as crianças".
As taxas de sobrepeso e de obesidade, que são claramente superiores ao nível médio mundial há mais de 40 anos, são "comparáveis" a dos dos países de alta renda.
Atualmente, a região fica na segunda posição na classificação mundial, atrás da América do Norte, informa o documento.
Ao mesmo tempo, apesar do excedente na produção agrícola e alimentar na América Latina, a quantidade de pessoas em situação de insegurança alimentar "aumentou pelo terceiro ano consecutivo".
Mais que a disponibilidade dos alimentos, o custo para os consumidores pobres é o que explica a agravamento da situação, de acordo com os analistas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), outra agência da ONU, recomenda que a proporção de açúcares e gorduras não supere 10% e 30%, respectivamente, das calorias totais consumidas.
"Mas parece que os hábitos alimentares da região não concordam com o que é pregado", destaca o informe.
Os especialistas alertam ainda para o forte aumento do consumo de proteínas de origem animal, em uma região na qual a dieta costumava ser rica em cereais, raízes, tubérculos e legumes.
O informe aponta algumas iniciativas de políticas públicas como a limitação da publicidade de alimentos e bebidas processados, assim como rótulos nutricionais detalhados nas embalagens, medida implementada pelo Chile, o imposto sobre os alimentos vinculado à saúde no México e a lei sobre alimentação nas escolas no Brasil.
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