A Justiça francesa absolveu nesta terça-feira o ex-ministro Bernard Tapie, julgado por fraude por uma arbitragem polêmica sobre a venda da Adidas com que obteve 403 milhões de euros em 2008, mas que foi posteriormente anulada.
"Esta é a prova de que devemos sempre lutar até o final", declarou Tapie, que não esteve presente para ouvir o veredicto devido uma complicação de seu câncer de esôfago e estômago.
A justiça determinou que não há provas que sugiram que a arbitragem do ex-ministro tenha sido fraudulenta.
A promotoria pediu cinco anos de prisão para Tapie, de 76 anos, também julgado por peculato.
Esta frase encerra uma saga judicial de duas décadas que atingiu vários altos funcionários, incluindo a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, então ministra da Economia.
Tapie recebeu em 2008 um pagamento de 404 milhões de euros (cerca de 590 milhões de dólares), incluindo 45 milhões por danos morais, depois de uma arbitragem entre ele e o Estado francês para resolver uma disputa sobre a venda da Adidas.
O empresário acusou o banco público Crédit Lyonnais de enganá-lo ao comprar a Adidas por 315,5 milhões de euros em fevereiro de 1993, antes de revendê-la por 701 milhões de euros em 1994.
Em 2015, esta arbitragem foi declarada fraudulenta e anulada pelos tribunais, que ordenou a Bernard Tapie que reembolsasse os pouco mais de 400 milhões de euros que recebeu.
Paralelamente a esse procedimento, a justiça abriu uma investigação criminal em 2013 contra Tapie e outras pessoas que participaram da arbitragem por "fraude de quadrilha organizada" e "desvio de fundos públicos".