O ex-presidente francês François Hollande foi ouvido como testemunha no contexto da assistência jurídica mútua solicitada pelo Brasil referente a uma investigação sobre a venda - que não foi concluída - de aeronaves Rafale, informou nesta quarta-feira um membro de sua equipe.
A audiência aconteceu no dia 4 de julho em Paris no escritório de Holland, disse esta fonte, confirmando informações do semanário Canard enchaîné.
De acordo com o veículo, o antecessor de François Hollande no Eliseu, Nicolas Sarkozy, recebeu uma intimação da polícia para ser interrogado neste caso no mesmo dia, mas se recusou a comparecer.
Questionado pela AFP, o Ministério Público Nacional (PNF) não quis comentar.
O Justiça brasileira investiga as condições em que o país encerrou, em dezembro de 2013, mais de dez anos de negociações e adiamentos, escolhendo o Gripen sueco, às custas do Rafale francês e do F/A-18 Super Hornet da americana Boeing, por um contrato de 4,5 bilhões de dólares.
Neste caso, o ex-presidente brasileiro Lula, que está preso desde abril de 2018 por outro caso de corrupção, é acusado de lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
Segundo os procuradores, ele teria recebido 2,25 milhões de reais através de uma empresa de seu filho Luis Claudio "para influenciar" Dilma Rousseff, que o sucedeu como chefe de Estado em 2010, para escolher o Gripen.
Em junho de 2018, o primeiro-ministro sueco Stefan Löfven foi ouvido como testemunha em Estocolmo, também a pedido da Justiça brasileira, como parte da investigação.