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Estado de Minas

Boris Johnson substituirá Theresa May com a promessa de concluir o Brexit


postado em 23/07/2019 12:55

O líder do Brexit Boris Johnson foi escolhido nesta terça-feira (23) pelos militantes do Partido Conservador britânico para suceder a primeira-ministra Theresa May, e tentar ter sucesso onde ela fracassou: concretizar a saída do país da União Europeia.

"Vamos implementar o Brexit no dia 31 de outubro", declarou Boris Johnson logo após o anúncio dos resultados da votação.

O ex-prefeito de Londres e ex-ministro das Relações Exteriores, que disputava com o atual chefe da diplomacia britânica Jeremy Hunt, obteve 66% dos votos dos cerca de 159 mil membros do partido.

Ele se torna assim o líder dos conservadores e tomará posse como primeiro-ministro nesta quarta-feira à tarde após uma visita à rainha Elizabeth II.

Pouco depois do anúncio, o negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier, expressou sua disposição de trabalhar para uma saída ordenada do Reino Unido.

"Estamos ansiosos para trabalhar construtivamente com o primeiro-ministro Boris Johnson quando ele tomar posse, e para facilitar a ratificação do Acordo de Retirada e alcançar um Brexit ordenado", declarou Barnier.

Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou o seu colega "por se tornar o novo primeiro-ministro do Reino Unido. Ele será ótimo!", tuitou.

O presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel parabenizaram Boris e desejaram poder trabalhar o mais rápido possível com ele.

Este resultado marca a chegada ao poder dos 'brexiters'.

Alguns deles jamais aceitaram que Theresa May, que se posicionou a favor da permanência do país na UE durante a campanha para o referendo de 23 de junho de 2016, tivesse sido escolhida para conduzir o divórcio.

Esta é uma vitória pessoal para o deputado conservador de 55 anos, cujas gafes, excessos e outras declarações intempestivas nos últimos trinta anos pareceram por vezes ameaçar os sonhos de grandeza que sempre cultivou.

O desafio à frente é enorme, sem equivalente para um líder britânico desde a Segunda Guerra Mundial: implementar o Brexit, sem exacerbar as profundas divisões sobre a questão, que se tornou o centro de gravidade da sociedade britânica.

Uma missão em que Theresa May falhou três vezes ao não conseguir que os deputados aceitassem o acordo de saída que ela concluiu em novembro com Bruxelas.

- Temores de um "no deal" -

Boris Johnson, que fez campanha pela saída da UE - uma escolha oportunista de acordo com seus detratores - quer um Brexit até o prazo de 31 de outubro.

A data original do divórcio era 29 de março, mas foi adiada duas vezes por falta de apoio ao acordo de May e para evitar uma saída sem acordo.

Durante sua campanha, Boris Johnson repetiu que o divórcio seria concluído no final de outubro, com um acordo renegociado ou sem acordo, prometendo um futuro brilhante para o seu país.

Ele afirmou que preferia obter um novo tratado de retirada, mas admitiu que seria quase impossível em razão do recesso parlamentar e o estabelecimento das novas equipes de governo em Londres e em Bruxelas.

Boris Johnson também terá que convencer a UE a reabrir as negociações.

Sua disposição em deixar a UE a qualquer custo assusta aqueles que, inclusive em seu próprio campo, querem manter laços estreitos com o continente, e que temem as consequências econômicas de um "no deal", sinônimo de retorno das formalidades aduaneiras.

Neste contexto, o ministro das Finanças Philip Hammond advertiu que fará tudo para evitar esse cenário.

Como muitos outros ministros, o ministro das Finanças garantiu que renunciaria antes mesmo do fim oficial do governo de Theresa May.

Contra um "no deal", o movimento People's Vote, que milita para a realização de um novo referendo, estimou que Boris Johnson não tem "mandato" para implementar um divórcio sem acordo, ressaltando que ele foi escolhido pelos membros do Partido Conservador, ou seja, por "0,25% da população".

"Boris Johnson obteve o apoio de menos de 100.000 membros do Partido Conservador (...) mas não obteve o apoio do nosso país", reagiu Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas.

- Bye bye Theresa -

Na quarta-feira, depois de uma última noite em Downing Street, Theresa May responderá a uma rodada final de perguntas no Parlamento antes de ir ao Palácio de Buckingham, onde renunciará oficialmente na presença da rainha Elizabeth II no começo da tarde.

Espera-se que Boris Johnson fale algumas horas depois de ser recebido também pela soberana, que confiará a ele a responsabilidade de formar o governo.

Segundo a imprensa britânica, ele poderá anunciar, já na quarta-feira ou nos próximos dias, uma visita a Paris, Berlim, Dublin ou Bruxelas, para colocar em prática sua estratégia para o Brexit.

Washington também é citada, com Londres esperando assinar um ambicioso acordo de livre comércio com o presidente americano Donald Trump.

Boris Johnson terá outro desafio urgente para lidar: a escalada das tensões com Teerã, depois que o Irã apreendeu na sexta-feira um petroleiro de bandeira britânica no Estreito de Ormuz.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamed Javad Zarif, parabenizou Boris Johnson por sua vitória e garantiu no Twitter que "temos 1.500 milhas de costa no Golfo Pérsico. são nossas águas e nós as protegeremos".


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