A Petrobras aprovou, na manhã desta quarta-feira (24), a privatização da BR Distribuidora, sua filial para a distribuição de derivativos de petróleo, em uma operação que deve permitir levantar pelo menos R$ 8,5 bilhões.
Após essa operação, a parte controlada pelo Estado brasileiro na BR Distribuidora cairá de 71,25% para 41,25% e poderá cair para 37,5%, se um lote adicional de ações for colocado à venda. Neste caso, a arrecadação aumentará para R$ 9,6 bilhões.
"O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda de 291.250.000 ações, além de 58.250.000 ações adicionais, ao preço de 24,50 reais, totalizando uma operação de 8.562.750.000,00 reais", informou a empresa em um comunicado.
Essa colocação corresponde a 30% do capital da BR Distribuidora, a maior rede de postos de combustíveis do Brasil, que controla quase um terço do mercado nacional.
A operação faz parte da política de venda de ativos da Petrobras para restaurar suas contas, após ter sido atingida em 2014 por um grave escândalo de corrupção e pela queda nos preços do petróleo.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações da Petrobras eram negociadas no final da manhã com um aumento marginal de 0,04%.
Essa operação é possível em virtude de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu, em junho, a privatização de subsidiárias estatais sem a necessidade de aprovação do Congresso.
Essa decisão permitiu a venda da transportadora de gás TAG, uma subsidiária da Petrobras, por US$ 8,6 bilhões, para um grupo liderado pela francesa Engie.
Em abril, a Petrobras anunciou que planeja vender oito de suas 13 refinarias no Uruguai e concluiu a venda de sua participação em uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, para a US Chevron, por US$ 467 milhões.
A Petrobras registrou em 2018 seu primeiro lucro líquido anual em cinco anos, de R$ 25,8 bilhões.
No primeiro trimestre de 2019, obteve um lucro líquido de cerca de R$ 4,031 bilhões, uma queda de 42% em relação ao mesmo período de 2018, mas um aumento de 92% em relação ao trimestre anterior.