A Petrobras acelerou nas últimas 24 horas suas vendas de ativos, com a privatização da BR Distribuidora, sua filial para a distribuição de derivados de petróleo, e a cessão de dois campos em águas rasas.
As operações fazem parte da política de venda de ativos da Petrobras para restaurar suas contas, após ter sido atingida em 2014 por um grave escândalo de corrupção e pela queda nos preços do petróleo.
A parte controlada pelo Estado brasileiro na BR Distribuidora cairá de 71,25% para 41,25% e poderá cair para 37,5%, se um lote adicional de ações for colocado à venda. Neste caso, a arrecadação apenas com esta transação somará R$ 9,6 bilhões.
"O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda de 291.250.000 ações, além de 58.250.000 ações adicionais, ao preço de 24,50 reais, totalizando uma operação de 8.562.750.000,00 reais", informou a empresa.
Essa colocação corresponde a 30% do capital da BR Distribuidora, a maior rede de postos de combustíveis do Brasil, que controla quase um terço do mercado nacional.
A operação foi possível em virtude de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu, em junho, a privatização de subsidiárias estatais sem a necessidade de aprovação do Congresso.
Essa decisão permitiu a venda da transportadora de gás TAG, uma subsidiária da Petrobras, por US$ 8,6 bilhões, para um grupo liderado pela francesa Engie.
A Petrobras também assinou nesta quarta-feira contratos para a venda de ativos de exploração e produção em águas rasas nas Bacias de Campos e Santos, no valor total de US$ 1,5 bilhão.
"As transações são referentes à venda de 100% da sua participação nos Polos Pampo e Enchova, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a Trident Energy do Brasil LTDA, uma subsidiária da Trident Energy L.P.; e a venda de 100% da sua participação no campo de Baúna (área de concessão BM-S-40), localizado em águas rasas na Bacia de Santos, para a Karoon Petróleo & Gás Ltda, subsidiária da Karoon Energy Ltd".
Em abril, a Petrobras anunciou que planeja vender oito de suas 13 refinarias no Uruguai e concluiu a venda de sua participação em uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, para a US Chevron, por US$ 467 milhões.
A Petrobras registrou em 2018 seu primeiro lucro líquido anual em cinco anos, de R$ 25,8 bilhões.
No primeiro trimestre de 2019, obteve um lucro líquido de cerca de R$ 4,031 bilhões, uma queda de 42% em relação ao mesmo período de 2018, mas um aumento de 92% em relação ao trimestre anterior.