O Bahrein, país governado por uma dinastia sunita e de população majoritariamente xiita, executou neste sábado (27) dois xiitas condenados por terrorismo e outro homem por um caso de assassinato, apesar dos pedidos de clemência de ativistas de direitos humanos.
O procurador-geral do reino do Bahrein, Ahmed Al Hammadi, fez o anúncio, mas não informou o nome dos executados. Dois dos três são xiitas, segundo fontes judiciais.
Organizações de defesa dos direitos humanos identificaram eles como Ali Al Arab, de 25 anos, e Ahmad Al Malali, de 24.
A terceira pessoa, condenada à morte em um caso separado, por assassinato, também foi executada, segundo o procurador do Bahrein.
Localizado entre a Arábia Saudita e o Irã - potências rivais -, o Bahrein atravessou anos turbulentos pelos protestos da comunidade xiita, que reclama uma verdadeira monarquia constitucional.
Os dois primeiros executados, presos em fevereiro de 2017, foram condenados em 31 de janeiro de 2018, juntamente com outras 58 pessoas.
Eles foram acusados, juntamente com outros presos, de terem "formado um grupo terrorista" que cometeu vários ataques armados, de acordo com a declaração do procurador-geral.
Membros do grupo atacaram a prisão de Jaw, no sul da capital, Manama, em 1º de janeiro de 2017, quando mataram um guarda e feriram outros. O ataque facilitou a fuga de dez detentos.
Na sexta-feira, organizações de direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch (HRW), pediram às autoridades do Bahrein para cancelar as execuções. Segundo a ONG, o "processo foi contaminado com graves violações dos procedimentos regulares".
Já a Anistia Internacional disse na sexta-feira em um comunicado que "durante a sua prisão, os dois homens foram torturados por agentes de segurança, com choques elétricos e golpes".