Jornal Estado de Minas

Maior reserva natural da África está ameaçada por petroleira chinesa

Ambientalistas nigerinos e internacionais lançaram uma petição contra a desclassificação de metade da maior reserva natural da África, Termit-Tintoumma, no leste do Níger, em benefício de uma petroleira chinesa, indicou um ativista nesta sexta-feira (9) à AFP.

"Lançamos esta petição na quarta-feira passada porque o governo do Níger aprovou em junho um projeto de redefinição da reserva, que está verdadeiramente ameaçada pela exploração petroleira de uma empresa chinesa", declarou à AFP Hamadou Soumana Oumarou, membro da ONG nigerina Jovens Voluntários pelo Meio Ambiente.

A petição, disponível na internet, "reclama a reclassificação da maior reserva natural da África", acusando a "China destruir impunemente a biodiversidade na África". E recolheu "24.000 assinaturas, de um objetivo de 50.000", segundo Oumarou.

Em 26 de junho, foi decidido no Conselho de Ministros o "deslocamento dos limites" da reserva, para "se adaptar ao contrato de distribuição da produção" que desde 2008 vincula o Níger com a China National Petroleum Corporation (CNPC), segundo um comunicado do conselho.

Segundo o governo, "a reserva conservará a mesma superfície de 96.560 km2".

No entanto, a decisão "exclui quase 45.000 km2 de área protegida" e "esta desclassificação implicaria o desaparecimento de certas espécies muito ameaçadas, como o adax" (uma espécie de antílope), advertiu no fim de julho a ONG francesa Noé, a quem foi concedida a gestão da reserva por 20 anos em novembro de 2018.

A reserva de Termit-Tintoumma abriga 130 espécies de aves e 17 de mamíferos, incluindo espécies protegidas e ameaçadas, como a gazela dama, o adax e o guepardo do saara, segundo serviços nigerinos de Meio Ambiente.

.