Um novo planeta gigante foi revelado ao redor da jovem estrela Beta Pictoris, que brilha a 63,4 anos-luz da Terra - relata um estudo publicado na revista "Nature Astronomy", nesta segunda-feira (19).
"Trata-se de um planeta gigante de mais ou menos 3.000 vezes a massa da Terra, 2,7 vezes mais longe de sua estrela do que a Terra (é) do Sol", explica à AFP Anne-Marie Lagrange, pesquisadora do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) no Instituto de Planetologia e de Astrofísica de Grenoble, principal autora do estudo.
Visível a olho nu e há tempos conhecida por sua rotação rápida, a estrela Beta Pictoris se tornou conhecida nos anos 1980, quando proporcionou aos astrônomos a primeira imagem de um disco de poeira e de gás ao redor de uma estrela. Estes elementos são o vestígio da nuvem primitiva que levou a seu nascimento.
Além disso, o sistema planetário do qual ela faz parte, com cerca de 20 milhões de anos (bem pouco, se comparado aos 4,6 bilhões de anos do Sistema Solar), pode parecer com o que deve ter sido nosso mundo logo após sua formação.
"Para entender melhor o estágio inicial de formação e evolução, este é provavelmente o melhor sistema planetário que conhecemos", explicou Lagrange, que estuda esse objeto há 35 anos.
Depois do planeta gigante Beta Pictoris B, descoberto pela equipe de Anne-Marie Lagrange em 2009, um segundo foi observado ao redor da estrela. "Este irmão caçula, quase gêmeo, tem logicamente o nome de Beta Pictoris C", afirmou.
Segundo os cientistas, os dois planetas ainda estão em formação.
O Beta Pictoris C foi detectado de maneira indireta, graças ao espectrógrafo HARPS, um caçador de planetas do Observatório Europeu do Sul (ESO), instalado no Chile.
Os pesquisadores usaram o método baseado na velocidade radial, que consiste em detectar no espectro de uma estrela as perturbações causadas pela presença de um corpo celeste em sua órbita.
Eles também determinaram que o Beta Pictoris C, situado entre sua estrela e seu irmão mais velho, orbita relativamente perto da Beta Pictoris. Sua translação dura quase 1.200 dias.
Ainda de acordo com o estudo, "mais dados são necessários para obter estimativas mais precisas".
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