O candidato Alberto Fernández e sua companheira de chapa, Cristina Kirchner, os favoritos para a disputa em outubro na Argentina, pediram nesta terça-feira (20) a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinando uma petição com centenas de personalidades.
Dezenas de dirigentes de direitos humanos, governadores, legisladores, dirigentes sociais, sindicalistas, artistas e cientistas argentinos assinaram o pedido de liberdade intitulado "500 dias de injustiça" e com a hashtag #LULALIVREJÁ, publicado no jornal Página/12.
Entre os signatários estão o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel; a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela Carlotto; a Mãe da Praça de Maio Taty Almeida e a dirigente de Familiares de Desaparecidos (na ditadura 1976-1983) Lita Boitano.
"É um clamor muito importante pela liberdade frente a uma injustiça, como é a detenção e a condenação de Lula da Silva, que implica o fato de o Brasil continuar em um estado de exceção", afirmou Nicolás Trotta, reitor da Universidade Metropolitana do Trabalho e promotor da iniciativa.
No mês passado, Fernández visitou Lula (2003-2010), que está preso em Curitiba.
Nas primárias de 11 de agosto, Fernández surgiu como favorito para a eleição presidencial de outubro, com 47% dos votos, à frente do presidente liberal Mauricio Macri (32%).
Depois da derrota de seu aliado Macri, o presidente Jair Bolsonaro disse que o eventual retorno do kirchnerismo ao poder na Argentina pode levar a uma onda de refugiados no Brasil, similar à que enfrenta na fronteira com a Venezuela.
Pouco depois, Fernández chamou Bolsonaro de "misógino, racista e violento" e exigiu que "liberte" Lula, que manteve uma relação muito boa com os ex-presidentes argentinos, Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015).