Uma centena de países votou nesta quinta-feira em Genebra a favor da regulação do comércio internacional de girafas, com o objetivo de proteger este animal ameaçado de uma "extinção silenciosa".
Os delegados da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites, sigla em inglês) reconheceram pela primeira vez que o comércio de pele, chifres, patas e ossos de girafas representa uma ameaça para a sobrevivência da espécie.
A decisão foi adotada por 106 votos contra 21 e sete abstenções, e deverá ser confirmada em sessão plenária antes de 28 de agosto, quando termina a Cites.
A população das girafas da África diminuiu cerca de 40% em três décadas, e hoje conta com menos de 100.000 exemplares, segundo as últimas cifras da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
A proposta vinha de um grupo de países do oeste, centro e leste da África onde a população de girafas se viu particularmente dizimada.
Enfrentaram a firme resistência de países da África Austral, onde este grande mamífero é mais bem protegido e evolui em um melhor entorno.
África do Sul, Botswana e Tanzânia em particular afirmaram que havia poucas provas de que o comércio internacional seja a causa de seu declínio. E consideraram injusto impor uma regulação internacional a países que se esforçam para proteger suas girafas.
Este voto significa que o comércio legal de troféus, partes do corpo ou objetos feitos com suas peles ou ossos será agora submetido a controles em nível mundial.
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