O G7 prometeu nesta segunda-feira liberar em caráter de urgência US$ 20 milhões para enviar aviões-tanque para combater os incêndios na Amazônia.
Além de enviar uma frota aérea para lutar contra as chamas, à qual a França prestará apoio militar com suas forças na Guiana Francesa, o G7 concordou com um plano de ajuda destinado ao reflorestamento, com participação da ONU, texto que deverá ser finalizado durante a Assembleia Geral das Nações Unidas no final de setembro.
Essa "Iniciativa para a Amazônia" necessitará do consentimento do Brasil e de outros oito estados amazônicos, em conexão com ONGs e populações locais.
"Os países amazônicos precisam urgentemente de brigadas de incêndio e bombardeiros especializados", afirmou o presidente chileno, Sebastian Piñera, convidado do G7.
Essas decisões refletem a vontade do presidente francês de fazer da Amazônia uma prioridade do G7, segundo os dois presidentes.
"A segunda etapa, na qual devemos ter consentimento dos países amazônicos, será no âmbito da próxima Assembleia Geral da ONU, para implementar uma fase que consiste em proteger florestas, biodiversidade e reflorestar essas regiões do mundo", afirmou Piñera.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson também prometeu nesta segunda-feira 10 milhões de libras para ajudar a reflorestar a Amazônia.
Presente no G7, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu à comunidade internacional que se mobilize com mais força.
"Espero que possamos mobilizar mais recursos para ajudar os países da Amazônia", disse Guterres.
O presidente francês até questionou a conveniência de conferir um status internacional à floresta amazônica, caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta.
Uma clara alusão ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que o acusou de ter uma "mentalidade colonialista" por exigir uma ação internacional a respeito da região.
Associações e ONGs levantaram a questão de definir um status internacional para a Amazônia.
"Este não é o quadro da iniciativa que estamos tomando, mas é uma questão real que se impõe se um Estado soberano tomar medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo o planeta", disse Macron.
"As conversas entre Piñera e Bolsonaro não vão nessa direção, acho que ele está ciente desse assunto. Em qualquer caso, quero viver com essa esperança", afirmou ainda, sugerindo que o presidente brasileiro não se oporia ao envio de aviões de combate a incêndios graças à mediação chilena.
Mas esse status "é um caminho que permanece aberto e continuará a florescer nos próximos meses e anos, porque a questão é tal no plano climático que não podemos dizer 'este é um problema só meu'. É o mesmo para aqueles que têm espaços glaciais em seu território ou que impactam o mundo inteiro".
Ele garantiu, no entanto, que construiu a iniciativa que será proposta às Nações Unidas "para respeitar a soberania de cada país".
Também confirmou que o líder indígena Raoni, opositor declarado de Bolsonaro, estava na região, mas à convite de ONGs.
Se o cacique desejar, ele disse que está pronto para recebê-lo novamente.
Emmanuel Macron fez da situação na Amazônia uma das prioridades da cúpula do G7, lançando um apelo a "todas as potências" para se mobilizar contra os incêndios e em favor do reflorestamento.
Quase 80.000 incêndios florestais foram registrados no Brasil desde o início do ano, incluindo pouco mais da metade na Amazônia.
Sob pressão internacional, o Brasil finalmente entrou em ação no domingo na Amazônia, enviando em particular dois aviões C-130 Hercules.
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