O Movimento Cinco Estrelas (M5S) e o Partido Democrata (PD) da Itália chegaram a um acordo nesta quarta-feira para formar uma nova coalizão e evitar eleições na terceira maior economia da zona do euro.
O M5E informou que a coalizão seria liderada pelo atual primeiro-ministro, Giuseppe Conte, que renunciou depois do colapso do governo populista italiano entre o M5E e a Liga (extrema direita), no começo deste mês.
Chegou-se a um "acordo político com o PD" para formar uma nova maioria de governo, anunciou o líder do M5E, Luigi Di Maio, na saída de um encontro com o presidente Sergio Mattarella.
O novo governo será liderado por Conte, o que "será uma garantia" para o M5E, informou Luigi Di Maio, que criticou seu ex-aliado Matteo Salvini por ter "rompido a corrente" no começo de agosto da coalizão que formavam há 14 meses e deixado a "60 milhões de italianos sem governo".
O M5E foi o último partido político a ser recebido pelo presidente na quarta-feira, após dois dias de consultas.
Após negociações durante a noite, cancelamentos, discussões e reconciliações, o MS5 e o PD, maior partido de esquerda, têm uma reunião programada para discutir um programa comum e a divisão de ministério.
Há três semanas a Itália vive uma crise inédita, primeiro pela decisão de Matteo Salvini, líder da Liga (extrema-direita), de romper em 8 de agosto a coalizão de governo que formava com o M5S.
Depois, em 20 de agosto, aconteceu a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte, que acusou Salvini de "priorizar seus interesses eleitorais" (ele tinha intenções de voto de 36/38%, que agora caíram para 31/33%), ao invés dos interesses do país.
O presidente Mattarella iniciou na terça-feira uma segunda rodada de consultas com a classe política, que deve terminar nesta quarta-feira.
A ideia de uma aliança entre PD e M5S foi apresentada pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi (fevereiro 2013-dezembro 2016) com os objetivos básicos de reduzir o número de parlamentares e estabelecer um orçamento de 2020 capaz de evitar o aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), muito prejudicial para os consumidores.
Desde então, o projeto cresceu e passou a incluir propostas dos dois lados para estimular o apático crescimento econômico italiano com uma atenção especial aos desfavorecidos e ao meio ambiente, assim como com medidas de austeridade no Parlamento.
A grande discussão ficou por conta da divisão de ministérios.
O PD retirou o veto à permanência de Giuseppe Conte como primeiro-ministro, mas sem uma declaração oficial. O M5S pressionou na terça-feira para obter um "ok formal" à manutenção de Conte, que tem uma grande popularidade no país.
Contra todos os prognósticos, o presidente americano Donald Trump expressou apoio a Conte, que chamou de "homem de muito talento" e que "representou a Itália com força no G7".