O ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu nesta sexta-feira (13) que a democracia brasileira não está "em risco de forma alguma", apesar das preocupações dos defensores dos direitos humanos.
"Nossa democracia não está em risco de forma alguma, são os perdedores que dizem isso (...) Nós somos uma ameaça à democracia porque trabalhamos duro?", interrogou Guedes, um dos homens fortes do governo de Jair Bolsonaro, durante um encontro com correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro.
No começo de setembro, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, evocou que o Brasil sofre com "uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques contra defensores dos direitos humanos e restrições impostas ao trabalho da sociedade civil".
"O espaço democrático nunca esteve tão amplo (...) E nós temos uma democracia vibrante, que agora também tem liberais e conservadores", acrescentou Paulo Guedes, um ultraliberal formado na escola de Chicago.
"Antes, havia uma corrupção sistêmica e uma grande intervenção do Estado na economia por causa da sucessão de governos de esquerda. É como se, nos Estados Unidos, houvesse apenas democratas e não mais republicanos", acrescentou.
Consultado sobre a lentidão da recuperação econômica após a recessão histórica de 2015 e 2016, com uma previsão de crescimento de apenas 0,85% para 2019, Paulo Guedes atribuiu o erro aos governos precedentes.
"Me perguntam onde está o crescimento após oito meses de mandato? Mas nós estamos lá por causa de décadas de gastos públicos descontrolados (...) O crescimento é baixo por razões estruturais", respondeu o ministro, que seduziu os mercados, ao prometer desde a campanha eleitoral medidas de austeridade e uma série de privatizações.
"A economia brasileira é como uma baleia ferida por muitos arpões. Estamos removendo os arpões um a um, controlando os gastos, abrindo a economia e simplificando as taxas", acrescentou, prevendo a retomada de um crescimento sustentado ao fim do mandato de Bolsonaro.
"O crescimento vai vir. Nós sabemos que o primeiro ano seria muito difícil, o segundo deve ser um pouco melhor, graças às nossas reformas, deveremos decolar durante o terceiro e voar durante o quarto", afirmou o ministro, sem fazer previsões sobre cifras.