O presidente americano, Donald Trump, confirmou neste sábado (14) a morte de Hamza bin Laden, o filho de Osama bin Laden considerado seu herdeiro à frente da rede Al-Qaeda.
Seu óbito já havia sido anunciado pela imprensa americana no final de julho.
"Hamza bin Laden, o alto responsável da Al-Qaeda e filho de Osama bin Laden, foi abatido em uma operação de contraterrorismo realizada pelos Estados Unidos na região do Afeganistão/Paquistão", disse Trump em um comunicado.
"A perda de Hamza bin Laden não apenas priva a Al-Qaeda de sua autoridade e de sua conexão simbólica com seu pai, mas também enfraquece importantes atividades operacionais do grupo", completou.
"Hamza bin Laden planejou e trabalhou com diversos grupos terroristas", acrescentou Trump.
No final de agosto, o secretário da Defesa, Mark Esper, foi a primeira autoridade americana a se manifestar publicamente sobre a morte de Hamza bin Laden.
Ao ser questionado em uma entrevista se o líder extremista havia morrido, responde: "Foi o que eu soube". Negou-se, porém, a dar mais informações.
"Não tenho detalhes. E, se tivesse, não tenho certeza de que poderia compartilhá-los com vocês", declarou Esper, à época.
Segundo matérias publicadas no final de julho no jornal "The New York Times", a morte de Hamza aconteceu nos últimos dois anos.
Lista suja
Considerado sucessor designado por Osama bin Laden, o fundador da rede que cometeu os atentados do 11 de Setembro de 2001, Hamza estava na lista dos EUA de pessoas acusadas de "terrorismo".
Nascido em 9 de maio de 1989, em Jidá, na Arábia Saudita, ele era o 15º filho dos 20 de Bin Laden, fruto de sua união com sua terceira esposa, Hamza.
Hamza começou a acompanhar o pai antes dos atentados de 11 de setembro de 2001, ainda na adolescência. Foi com Bin Laden que aprendeu a manejar armas. Vários documentos mostram que Osama bin Laden o preparava para lhe suceder na "guerra santa mundial contra o Ocidente".
Em fevereiro, Washington havia oferecido uma recompensa de até US$ 1 milhão por qualquer informação sobre seu paradeiro. O governo americano acreditava que, após a morte do pai, em 2011, Hamza havia, de fato, assumido a liderança da Al-Qaeda.
Segundo o Departamento de Estado, desde agosto de 2015 pelo menos, Hamza "divulgava mensagens de áudio e vídeo convocando ataques contra os Estados Unidos e seus aliados (...) em vingança pela morte do pai nas mãos de agentes americanos em maio de 2011".
O comitê de sanções da ONU contra o grupo Estado Islâmico (EI) e a Al-Qaeda incluiu o nome de "Hamza Osama Muhammad Bin Laden" na lista de pessoas sujeitas a um congelamento de bens e a uma proibição de viajar. Em março, Riad retirou sua nacionalidade saudita.
Para a ONU e para Washington, Hamza bin Laden era uma pessoa perigosa, treinada para participar da reconstrução de uma organização enfraquecida pela guerra contra o terrorismo travada pelos Estados Unidos desde o 11 de setembro e que, em tempos recentes, competia com o EI.
De acordo com vários especialistas, porém, a Al-Qaeda não se viu afetada pelo desaparecimento do filho de seu fundador. Nada prova que Hamza tenha assumido funções superiores às de um simples mensageiro capaz de seduzir as jovens gerações de potenciais jihadistas.
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