O Irã negou neste domingo ter participado de ataques de drones no Iêmen, realizados neste sábado e que atingiram a maior instalação de processamento de petróleo do mundo e um campo de petróleo na Arábia Saudita. A declaração foi feita horas depois do principal diplomata dos EUA dizer que Teerã estava por trás do "ataque sem precedentes ao suprimento de energia do mundo".
Os ataques, reivindicados pelos rebeldes houthis do Iêmen, resultaram na "suspensão temporária das operações de produção" nas instalações de processamento de Abqaiq e no campo de petróleo de Khurais. Isso levou à interrupção na produção de cerca de 5,7 milhões de barris de petróleo, equivalente a mais de 5% da produção diária do mundo. Autoridades disseram que os estoques sauditas compensariam a diferença.
Os mercados permanecem fechados no domingo, mas analistas preveem que o ataque pode influenciar os preços mundiais de petróleo. A ocorrência também aumentou as tensões na região, em meio a uma crise crescente entre os EUA e o Irã devido ao acordo nuclear de Teerã com as potências mundiais.
No fim deste sábado, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, culpou diretamente o Irã pelo ataque no Twitter. "Em meio a todos os pedidos de redução da escala (das tensões), o Irã agora lançou um ataque sem precedentes ao suprimento de energia do mundo", escreveu Pompeo. "Não há evidências de que os ataques vieram do Iêmen."
Os EUA, os países ocidentais, seus aliados árabes do Golfo e os especialistas da ONU dizem que o Irã fornece aos houthis armas e drones, uma acusação que Teerã nega.
Autoridades dos EUA afirmaram anteriormente que pelo menos um ataque recente de drones à Arábia Saudita veio do Iraque, onde milícias xiitas recebem apoio do Irã. Nas últimas semanas, esses grupos foram alvo de ataques aéreos misteriosos, com pelo menos um que se acredita ter sido realizado por Israel.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Abbas Mousavi, rejeitou no domingo as declarações de Pompeo, classificando-as como "comentários cegos e inúteis".
Fonte: Associated Press.