O Conselho de Segurança da ONU decidiu por unanimidade prorrogar sua missão no Afeganistão depois que a China retirou a ameaça de veto se o texto não mencionasse a iniciativa comercial "Belt and Road" - a nova Rota da Seda.
A Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (Unama) obteve a extensão da atividade por um ano a partir de um texto de compromisso, negociado pela Alemanha e Indonésia, que não mencionava a iniciativa "Belt and Road" (BRI), mas que se refere à promoção da "cooperação e conectividade regional", termo que Pequim repetidamente manteve, segundo um diplomata.
As funções da Unama, estabelecidas em 2002, incluem apoio ao governo, bem como o processo de paz e reconciliação, promoção dos direitos humanos e incentivo à cooperação regional.
Por 15 dias, a China exerceu sua ameaça de veto e solicitou que a resolução incluísse uma referência ao esforço do presidente Xi Jinping de reinventar a antiga Rota da Seda que conecta a Ásia à Europa e à África através de investimentos maciços em projetos marítimos, rodoviários e ferroviários.
Os bancos chineses forneceriam centenas de bilhões de dólares em financiamento para a iniciativa, que os Estados Unidos encaram com um meio de expandir a hegemonia chinesa na região.
Os parceiros de Pequim costumavam achar incompreensível a posição chinesa quando o objetivo do Conselho era renovar o apoio ao Afeganistão, onde os atentados suicidas do Talibã mataram pelo menos 48 pessoas na terça-feira e alertaram para mais violência antes das eleições presidenciais de 28 de setembro.
Em meio de uma guerra comercial com a China, Washington rechaçou qualquer menção do BRI na resolução, e a maioria dos membros do Conselho apoiou a postura dos Estados Unidos.
A resolução adotada pede à Unama que apoie "em estreita consulta e coordenação com o governo do Afeganistão, a organização de futuras eleições gerais no país, transparentes e inclusivas, além das eleições presidenciais agendadas para 28 de setembro de 2019".
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