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Estado de Minas

Astrônomos descobrem planeta que 'não deveria existir'

De acordo com os cientistas, o 'novo' planeta é semelhante a Júpiter e desafia as teorias da astrofísica por ser maior em comparação com sua estrela-mãe


postado em 30/09/2019 14:17 / atualizado em 30/09/2019 15:35

De acordo com as teorias atuais, o planeta chamado GJ3512b não deveria existir(foto: Reprodução/University of Bern)
De acordo com as teorias atuais, o planeta chamado GJ3512b não deveria existir (foto: Reprodução/University of Bern)
Astrônomos descobriram um "novo" planeta gigante que, de acordo com eles, não deveria existir, caso as teorias atuais fossem aplicadas. Semelhante a Júpiter, o planeta é extremamente grande em comparação com a sua estrela-mãe, contrariando o conceito aceito sobre a forma que os planetas se formam.

A estrela-mãe é uma anã vermelha tipo M, o mais comum na Via Láctea. Ela fica a 284 trilhões de quilômetros de distância e sua massa é 270 vezes maior do que a do planeta GJ3513b. Para entender, em comparação ao Sol, é 1.050 vezes maior que Júpiter.

"É emocionante, porque há muito tempo nos perguntamos se planetas gigantes como Júpiter e Saturno podem se formar em torno de estrelas tão pequenas", conta à BBC Peter Wheatley, da Universidade de Warwick, no Reino Unido. Ele não participou do estudo mais recente.

"Mas os autores argumentam que os discos ao redor de pequenas estrelas não fornecem material suficiente para que isso aconteça”, explica Wheatley. “Em vez disso, consideram mais provável que o planeta tenha se formado repentinamente, quando parte do disco entrou em colapso devido a sua própria gravidade." 

Esta estrela foi descoberta usando o observatório Calar Alto. Segundo Peter, estrelas pequenas são fracas e difíceis de serem estudadas. Na teoria, aceita por todos, planetas gigantes surgiram como um núcleo de gelo, orbitando um disco de gás ao redor da estrela jovem e depois crescendo rapidamente, atraindo esse gás para si.

"Em torno dessas estrelas só deve haver planetas do tamanho da Terra ou super-Terras um pouco mais massivas", disse um dos coautores do estudo, Christoph Mordasini, professor da Universidade de Berna, na Suíça.

"A GJ 3512b, no entanto, é um planeta gigante com uma massa cerca da metade do tamanho de Júpiter e, portanto, pelo menos uma ordem de magnitude mais massiva que os planetas previstos pelos modelos teóricos para essa estrela tão pequena", disse o professor Mordasini.

Para os astrônomos que escreveram o artigo, este colapso pode ocorrer quando o disco de gás e poeira tem mais de um décimo da massa da estrela-mãe. Ou seja, o efeito gravitacional da estrela não consegue sw manter estável e a matéria do disco é puxada para formar um aglomerado gravitacional.

Segundo, Hubert Klahr, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, e um dos coautores do estudo, o planeta GJ3512b é um candidato extraordinário para um planeta surgido na instabilidade. "Até agora, os únicos planetas cuja formação era compatível com as instabilidades do disco eram um punhado de planetas jovens, quentes e muito massivos, longe de suas estrelas-mães”, declarou. "Com o GJ 3512b, agora temos um candidato extraordinário para um planeta que poderia ter surgido da instabilidade de um disco em torno de uma estrela com muito pouca massa. Essa descoberta nos leva a revisar nossos modelos", completou Klahr.

 

 


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