O presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou nesta segunda-feira (30) que dissolveu constitucionalmente o Congresso, dominado pela oposição, após o Legislativo se recusar a suspender a polêmica nomeação de novos membros do Tribunal Constitucional.
"Decidi dissolver o Congresso e convocar eleições parlamentares", declarou Vizcarra em um pronunciamento pela televisão, em meio ao agravamento do conflito entre os poderes, que começou há três anos, encerrando assim o caminho de entendimento entre o Executivo e o Legislativo.
"Está claro que a obstrução e a blindagem (do Congresso) não cessam e não haverá acordo possível", disse o presidente, enquanto centenas de manifestantes reunidos do lado de fora do parlamento comemoravam sua decisão.
"Diante da negação factual de confiança, decidi dissolver o Congresso e convocar eleições de congressistas da república", acrescentou, horas após os líderes parlamentares se recusarem a suspender a nomeação questionada de novos juízes do Tribunal Constitucional.
Vizcarra lançou um ultimato ao Congresso no domingo, anunciando que o dissolveria caso lhe negasse um voto de confiança para reformar o método de nomeação de magistrados, buscando assim impedir que o tribunal superior seja tomado pela oposição.
Mas o Congresso, controlado pela oposição fujimorista, decidiu nesta segunda-feira ignorar o pedido do presidente e iniciar de imediato a nomeação.
Durante uma sessão marcada por muita confusão, o Congresso elegeu um dos magistrados em meio a protestos que obrigaram o adiamento da escolha dos outros cinco nomes.