A vida por um fio. Uma situação grave de saúde coloca a inglesa Rachel Pighills em risco iminente de morte. Ela é diagnosticada com várias doenças na medula espinhal e pode desfalecer com um simples movimento errado. Aos 33 anos, convive com o perigo diariamente. Um mero giro da cabeça para o lado esquerdo pode deslocar sua coluna cervical, o que poderia ser fatal. O pescoço agora é incapaz de sustentar o peso da cabeça, causando problemas também quanto aos movimentos do corpo que é capaz de fazer. A mulher está planejando ir à Espanha à procura de tratamento.
A constatação do transtorno foi em julho.
Em todo o mundo, somente três cirurgiões são capacitados para fazer a operação que lhe possibilitaria retomar os movimentos. O procedimento está orçado em US$ 174 mil, algo em torno de R$ 700 mil. Nenhum dos médicos vive no Reino Unido, onde ela reside.
Essa situação teve início em agosto de 2017. À época, Rachel começou a tomar um medicamento para melhorar um distúrbio que gera hiperatividade no sistema imunológico. No início, a suspeita era de um tumor no cérebro, o que logo foi desconsiderado depois de um exame de ressonância magnética. Dois meses depois, o diagnóstico mudou para doença de Addison, situação também conhecida como insuficiência adrenal. Com o mal, o corpo não consegue produzir hormônios esteroides de forma adequada. Rachel, então, começou uma terapia para repor esses hormônios e retomar o nível ideal de cortisol.
Foi em 2019 que os sintomas se tornaram mais graves.
Mais tarde, outro neurologista a diagnosticou com platibasia, achatamento anormal na base do crânio. Rachel também apresenta invaginação basilar, problema que aparece quando a parte superior da coluna empurra a base do crânio, causando beliscões e pressionando o tronco cerebral.
Especialistas concordam que tudo isso pode ter acontecido devido a um distúrbio do tecido conjuntivo, o que levou a baixas taxas de colágeno, substância central na formação desse tecido. A inglesa também sofre com atlantoaxial (compressão da medula espinhal), o que causa dificuldades em mover o pescoço, e síndrome da coluna cervical, causada pela compressão cerebral.