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Estado de Minas

Movimento errado da cabeça pode matar mulher no Reino Unido

Rachel Pighills é diagnosticada com uma série de doenças. Se virar o pescoço para o lado errado, pode acabar morrendo


postado em 31/10/2019 19:37 / atualizado em 31/10/2019 20:44

Rachel procura tratamento que lhe devolva os movimentos do pescoço(foto: Reprodução/Facebook)
Rachel procura tratamento que lhe devolva os movimentos do pescoço (foto: Reprodução/Facebook)

A vida por um fio. Uma situação grave de saúde coloca a inglesa Rachel Pighills em risco iminente de morte. Ela é diagnosticada com várias doenças na medula espinhal e pode desfalecer com um simples movimento errado. Aos 33 anos, convive com o perigo diariamente. Um mero giro da cabeça para o lado esquerdo pode deslocar sua coluna cervical, o que poderia ser fatal. O pescoço agora é incapaz de sustentar o peso da cabeça, causando problemas também quanto aos movimentos do corpo que é capaz de fazer. A mulher está planejando ir à Espanha à procura de tratamento.

A constatação do transtorno foi em julho. Além das patologias que afetam a medula espinhal e a cabeça, Rachel sofre com invaginação ou impressão basilar. Nesse quadro, acontece que o crânio afunda sobre a coluna vertebral, ocasionando uma pressão no tronco. “Meu cérebro entra em colapso sobre meu canal medular e a parte de trás da minha cabeça fica instável e se desloca parcialmente quando eu viro para a esquerda. Se deslocar completamente, isso seria uma decapitação interna e eu morreria instantaneamente”, declarou em entrevista à BBC.

Em todo o mundo, somente três cirurgiões são capacitados para fazer a operação que lhe possibilitaria retomar os movimentos. O procedimento está orçado em US$ 174 mil, algo em torno de R$ 700 mil. Nenhum dos médicos vive no Reino Unido, onde ela reside. Até o momento, a inglesa arrecadou aproximadamente US$ 15 mil.

Essa situação teve início em agosto de 2017. À época, Rachel começou a tomar um medicamento para melhorar um distúrbio que gera hiperatividade no sistema imunológico. No início, a suspeita era de um tumor no cérebro, o que logo foi desconsiderado depois de um exame de ressonância magnética. Dois meses depois, o diagnóstico mudou para doença de Addison, situação também conhecida como insuficiência adrenal. Com o mal, o corpo não consegue produzir hormônios esteroides de forma adequada. Rachel, então, começou uma terapia para repor esses hormônios e retomar o nível ideal de cortisol.

Foi em 2019 que os sintomas se tornaram mais graves. Em agosto desse ano, ela e os parentes se mudaram para diminuir o percurso entre a casa, o trabalho e a escola da filha. Quando Rachel bateu a cabeça no ventilador, sua condição piorou. Em buscas pela internet, percebeu que os sintomas com os quais convivia se pareciam com os da síndrome de taquicardia postural ortostática (Pots), um aumento da frequência cardíaca que acontece quando o indivíduo fica em pé ou sentado, o que pode gerar tontura e enjoos. Rachel novamente foi a um clínico geral, que a direcionou a um cardiologista. A constatação de que seu coração batia mais rápido que o normal confirmou a suspeita sobre a Pots. Em mais um distúrbio, um neurologista identificou a malformação de Chiari, quadro que ocorre quando o tecido cerebral se expande para o canal medular.

Mais tarde, outro neurologista a diagnosticou com platibasia, achatamento anormal na base do crânio. Rachel também apresenta invaginação basilar, problema que aparece quando a parte superior da coluna empurra a base do crânio, causando beliscões e pressionando o tronco cerebral.

Especialistas concordam que tudo isso pode ter acontecido devido a um distúrbio do tecido conjuntivo, o que levou a baixas taxas de colágeno, substância central na formação desse tecido. A inglesa também sofre com atlantoaxial (compressão da medula espinhal), o que causa dificuldades em mover o pescoço, e síndrome da coluna cervical, causada pela compressão cerebral. Agora, a batalha é para conseguir o dinheiro para fazer o tratamento.


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