O primeiro-ministro da Malásia, Mahatir Mohamad, defendeu que os países-membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) devem agir com "uma só voz" para proteger seu acesso aos mercados ocidentais frente à guerra comercial entre Estados Unidos e China e à política protecionista do presidente Donald Trump.
Durante uma conferência dos países da região neste sábado, 02, o líder malaio afirmou que a ASEAN deve usar seu mercado de 650 milhões de pessoas para retaliar países que tentam fechar seus mercados aos produtos do Sudeste Asiático. Ele classificou campanhas contra as exportações de óleo de palma da Malásia e Indonésia devido a questões trabalhistas e ambientais como "sabotagem."
"Se você cortar importações de óleo de palma da Malásia, nós podemos cortar nossas importações dos seus produtos", afirmou, defendendo maior unidade no bloco. "Se você fizer isso sozinho, vai ser intimidado."
Na conferência, fontes disseram à Associated Press que esperam apresentar em breve uma proposta preliminar de criação de um bloco comercial compreendendo os membros da ASEAN e seis outras grandes economias - entre elas, a China. O secretário de comércio das Filipinas, Ramon Lopez, disse a jornalistas que os países envolvidos esperam poder anunciar que, após sete anos, as negociações para a criação do bloco estão "perto de terminar."
Caso haja participação de todos os 16 países previstos, o bloco seria um dos maiores do mundo, com 45% da população global e aproximadamente um terço do PIB. O fluxo comercial pode chegar aos US$ 10,3 trilhões, próximo de um terço do total do mundo.
As conversas envolvem os 10 países-membros da ASEAN (Malásia, Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Mianmar, as Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã), além de China, Coreia do Sul, Austrália, Índia e Nova Zelândia.
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