O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu, neste domingo (3), ter resistido com sucesso a vários ultimatos para derrubá-lo do poder e antecipou que seu aliado boliviano, Evo Morales, pressionado pela oposição em seu país, também sairá vitorioso.
"Disse ao Evo: este ano me deram dez ultimatos. 'Maduro, 24 horas, você sai, ou te derrubamos'. Vem e me derruba, então, eu digo", afirmou Maduro, que apareceu, de surpresa, no encerramento do Encontro Anti-Imperialista em Havana, onde discursou.
No evento, compartilhou a mesa de honra com o líder socialista cubano Raúl Castro e com o presidente Miguel Díaz-Canel.
No encontro, Maduro manifestou seu apoio a Morales, recém-reeleito para um quarto mandato na Bolívia.
O venezuelano lembrou que o opositor boliviano Luis Fernando Camacho, líder de uma poderosa entidade civil da rica região de Santa Cruz, deu um ultimato a Morales para que renuncie em 48 horas.
"Este ultimato não é contra Evo, é contra o povo da Bolívia", frisou Maduro.
Segundo ele, há, na Bolívia, "uma direita racista, fascista (...), pior do que a venezuelana", e que, com o apoio dos Estados Unidos, "tentaram de tudo e não conseguiram" tirá-lo do poder.
"O índio Evo vai resistir e vai triunfar contra esta ameaça racista", completou.
Em seu discurso, Maduro também felicitou o Chile pelos protestos que tomam as ruas há mais de duas semanas.
"O Chile despertou (...) e é muito emocionante ver o despertar do Chile", afirmou Maduro, considerando que é "uma vergonha para todos os latino-americanos" que, neste país, ainda esteja em vigor a Constituição aprovada pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
"Ninguém se atreveu a mudar a Constituição [chilena] por covardia, por interesses", apontou, que ironizou as acusações de que Venezuela e Cuba estariam por trás das manifestações.
Para ele, a responsabilidade é da ditadura de Pinochet.