O julgamento de Bilal Taghi, um detento radicalizado que cometeu um ataque jihadista em 2016 em que dois guardas foram feridos, começou nesta terça-feira no Tribunal Especial de Paris.
O acusado de 27 anos, de cabelo e barba curtos, pode ser condenado à prisão perpétua pela tentativa de assassinato de dois guardas da prisão de Osny, ao norte de Paris, em nome do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Esse ataque violento levou a uma completa análise do tratamento dos prisioneiros radicalizados na França.
Em apoio aos dois guardas feridos, o diretor da administração penitenciária Stéphane Bredin sentou-se ao lado de seus agentes e de suas famílias, partes civis no julgamento.
O ataque foi minuciosamente preparado: Bilal Taghi, condenado seis meses antes a cinco anos de prisão por tentar viajar à Síria, fabricou uma faca e, durante uma caminhada em 4 de setembro de 2016, atingiu um primeiro guarda no pescoço e depois feriu um segundo que veio em socorro de seu colega.
O criminoso permaneceu em um corredor à espera da equipe de intervenção da penitenciária e desenhou com a sangue de um dos guardas um coração em uma janela.
Quando a equipe de intervenção chegou, o detento pegou um carrinho de comida e se lançou contra os agentes gritando "Allah Akbar", com a faca levantada. Atingido por uma bola de borracha, foi rapidamente dominado.
Bilal Taghi admitiu que queria matar um "representante do Estado francês" e explicou "agir em nome do Daesh" (sigla em árabe para o EI), sem esperar sua libertação da prisão.
"Francamente, há chances de eu atacar novamente os interesses da França, se tiver a oportunidade", disse ele aos juízes de instrução. O julgamento termina em 22 de novembro.