Adolf Hitler poderia ter difundido anúncios antissemitas no Facebook se a rede social existisse na década de 1930, disse o ator e comediante Sacha Baron Cohen, para pressionar a plataforma a classificar anúncios políticos.
"Se você pagar, o Facebook transmitirá toda a publicidade 'política' que você quiser, mesmo que contenham mentiras", disse na quinta-feira à noite em uma conferência organizada em Nova York pela organização de luta contra o antissemitismo ADL (Liga Anti-Difamação).
"A partir desta lógica retorcida, se o Facebook existisse na década de 1930, teria deixado que Hitler publicasse anúncios de 30 segundos sobre sua 'solução para o problema judaico'", disse o britânico, conhecido por seu gosto pela provocação e a polêmica, tanto no cinema como na televisão.
Cohen, que interpretou uma série de personagens iconoclastas no cinema, como Borat e Brüno, chamou a rede social a verificar o conteúdo dos anúncios antes de lançá-los.
"Quando os anúncios forem falsos (trouxerem informações falsas), devolvam o dinheiro e não publiquem", sugeriu.
O diretor-executivo do Twitter, Jack Dorsey, anunciou no fim de outubro que estava renunciando a todos os anúncios políticos em sua plataforma, exceto a aqueles que promovem boas causas, como a defesa do meio ambiente ou a promoção da igualdade social.
Na quarta-feira, o Google informou que estava endurecendo suas regras sobre publicidade política, incluindo a proibição da publicação de mensagens claramente falsas ou que tenham um direcionamento muito específico aos eleitores.
O Facebook anunciou em setembro que não filtraria os anúncios políticos, por acreditar que, em geral, era interessante que os usuários da Internet os vissem, o que lhe rendeu muitas críticas.