Jornal Estado de Minas

Banco Central do Chile intervém no mercado cambial com até US$ 20 bi

O Banco Central do Chile (BC) anunciou uma intervenção no mercado cambial de até 20 bilhões de dólares, a partir de dezembro até o fim de maio, para sustentar o peso, que alcançou nesta quinta-feira um mínimo histórico.

O BC informou em um comunicado que "se dispôs a intervir no mercado cambial com um montante de até US$ 20 bilhões a partir de segunda-feira".



A manobra se realizará com uma "venda de dólares spot por um montante de até US$ 10 bilhões" e uma "venda de instrumentos de cobertura cambial por um montante de até US$ 10 bilhões", acrescentou a entidade.

A decisão do BC foi revelada em um dia em que o peso chileno voltou a superar sua baixa histórica, fechando em 828,36 unidades por dólar, em meio a uma economia atingida por 42 dias de um surto social sem precedentes desde o retorno à democracia do país em 1990.

A entidade monetária enfatizou que a "baixa indexação ao dólar" da economia local levaria a variações no peso, não afetando imediatamente as famílias e as empresas. O banco acredita que o impacto na inflação será "moderado". A estimativa de inflação para 2019 é de 3%.

No entanto, justificou sua intervenção no mercado, já que "um grau excessivo de volatilidade da taxa de câmbio dificulta a formação de preços e as decisões de gastos e produção de pessoas e empresas" e "gera preocupação nos mercados", acrescentou.

Embora o preço do cobre tenha influenciado o preço do peso, 90% da queda da moeda "têm sua explicação na crise social" desencadeada no mês passado, disse à AFP o economista da Universidade de Santiago Francisco Castañeda.

Comércio e serviços são os setores mais desfavorecidos da economia, em meio a manifestações violentas e saques que mantêm a maioria das lojas de departamento funcionando a meio período e prejudicam os pequenos comerciantes.