Duas pessoas morreram e o agressor foi abatido a tiros pela Polícia britânica em um ataque a faca realizado nesta sexta-feira (29) na Ponte de Londres, no centro da capital, onde um atentado em 2017 deixou oito mortos.
O agressor foi identificado como Usman Khan, 28 anos, que cumpriu pena por terrorismo, segundo o chefe da unidade antiterrorista britânica, Neil Basu.
"Este indivíduo era conhecido pelas autoridades, foi condenado por crimes terroristas em 2012. Foi solto e estava em liberdade condicional desde dezembro de 2018", disse Basu, acrescentando que a polícia revista um local no condado de Staffordshire, no centro da Inglaterra.
Khan foi contido em plena ponte por um grupo de pedestres e por policiais, um dos quais acabou atirando duas vezes enquanto ele se debatia, de acordo com imagens registradas por testemunhas que circulavam nas redes sociais.
O agressor usava um colete que parecia carregado com explosivos e que finalmente se revelou falso, explicou Basu.
Três pessoas foram feridas pelo agressor, explicou à imprensa a Comissária da Polícia Metropolitana, Cressida Dick.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, convocou em caráter de urgência o gabinete de crise que estava reunido na noite desta sexta.
O Reino Unido está em plena campanha eleitoral e tem encontro marcado com as urnas em 12 de dezembro. Além disso, abrigará em 3 e 4 de dezembro uma cúpula da Otan.
Johnson afirmou que a Grã-Bretanha "não será jamais dividida nem intimidada por este tipo de ataque", e prometeu que "qualquer pessoas implicada neste crime será processada e apresentada à Justiça".
O ataque foi contido, mas o público deve permanecer em alerta, acrescentou.
Johnson explicou que o governo vai decidir nas próximas horas se suspende momentaneamente a campanha eleitoral.
Horas depois do ataque, a Polícia da cidade holandesa de Haia reportou outra agressão com arma branca em uma rua comercial da cidade, lotada de clientes por causa das promoções da chamada "Black Friday". Segundo as autoridades, a ação deixou três feridos.
- Homem no chão -
"A Polícia recebeu um telefonema às 13H58 [10H58 de Brasília] por um ataque com arma branca perto da London Bridge", alertou inicialmente a Polícia britânica no Twitter, que isolou imediatamente a área e fechou o acesso a pedestres em prédios e lojas.
"Vi um homem caído no chão, com uma faca do lado", explicou à AFP um funcionário de escritório em frente à ponte. Uma dezena de agentes e vários cães da polícia foram enviados para neutralizar o suposto atacante, revelou.
Esta testemunha gravou um vídeo com seu celular por volta das 14H30. Nas imagens vê-se a evacuação de uma pessoa em uma maca, enquanto outra, visivelmente ferida em um ombro, é acompanhada por socorristas até uma ambulância.
"Os Estados Unidos condenam fortemente qualquer tipo de violência horrível contra inocentes e garantimos todo o nosso apoio ao nosso aliado", declarou um porta-voz da Casa Branca.
O presidente Donald Trump deve ir a Londres para a cúpula da Otan.
O novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou que "a luta contra o terrorismo é uma batalha comum".
- Ataque de junho de 2017 -
A London Bridge é uma das pontes sobre o Tâmisa perto da conhecida Tower Bridge, um dos pontos turísticos da capital britânica.
Uma dezena de barcos das forças de ordem se posicionaram sob a ponte após o ataque.
Em junho de 2017, uma caminhonete atingiu pedestres na London Bridge, que atravessa o Tâmisa, antes de seus três ocupantes esfaquearem pessoas no Borough Market. O resultado foi de oito mortos e cinquenta feridos.
Foi um dos ataques reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) que atingiu o Reino Unido naquele ano.
Em março de 2017, um homem jogou seu veículo contra a multidão na ponte de Westminster antes de esfaquear um policial em frente ao Parlamento, matando cinco pessoas.
Dois meses depois, 22 pessoas - incluindo crianças - foram mortas em um ataque no final de um show da Ariana Grande em Manchester.