O presidente da Namíbia, Hage Geingob, foi reeleito com 56,3% dos votos, anunciou neste domingo a comissão eleitoral, um resultado muito abaixo do obtido há cinco anos, quando recebeu 86% dos votos.
O líder da Swapo (Organização do Povo do Sudoeste Africano), o partido que esteve no poder desde a independência da Namíbia, em 1990, ficou na frente de Panduleni Itula, o candidato dissidente da Swapo, muito popular entre os jovens, que obteve 30% dos votos e ficou em primeiro lugar na capital, Windhoek.
O líder da oposição, McHenry Venaani, ficou em terceiro lugar com 5,3% dos votos.
"A democracia é o verdadeiro vencedor", disse Hage Geingob, que apontou que as eleições tinha sido "difíceis".
Panduleni Itula e Bernadus Swartbooi, responsável por um partido da oposição, o Movimento dos Sem Terra (LPM), denunciaram fraudes eleitorais.
A Namíbia é o primeiro país africano a introduzir o voto eletrônico, em 2014. A mudança foi muito criticada pela oposição, que afirma que a ausência de cédulas físicas aumenta as possibilidades de fraude.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) considerou, por sua vez, que as eleições "se desenvolveram, em general, em calma, foram bem organizadas [...] e permitiram que os eleitores exercessem seu dever democrático".
Hage Geingob, de 78 anos, dirige a Namíbia, um país desértico da África austral, desde 2014. Foi reeleito mas com o pior resultado já registrado por um candidato do partido no poder.
Apesar de ter um subsolo rico em recursos naturais, fundo marinhos ricos em peixes e diamantes e o impulso do setor turístico, a Namíbia está em recessão há anos.
Além disso, o governo do presidente Geingob está afetado por um escândalo de corrupção.