Cientistas japoneses anunciaram, nesta sexta-feira, o lançamento de um enstudo clínico para provar a eficácia de uma nova vacina contra o mortal vírus do ebola, que atualmente está devastando a República Democrática do Congo (RDC).
Desenvolvida por pesquisadores do instituto de ciências médicas da Universidade de Tóquio, essa vacina foi testada até agora em macacos e não em humanos. É baseada em uma forma inativa do vírus.
"Acreditamos que há esperança para uma nova vacina segura e que ela possa ser produzida efetivamente", afirmou Yoshihiro Kawaoka, especialista em doenças infecciosas que ajudou a desenvolver a vacina, em comunicado da Universidade de Tóquio.
O estudo clínico começará este mês em 30 voluntários do sexo masculino em boa saúde, que receberão duas doses da vacina com intervalo de um mês.
Vindo da África Ocidental, o vírus ebola é transmitido pelo sangue e outros fluidos corporais. Se manifesta por febre muito alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e de garganta e, às vezes, hemorragias.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus mata em média metade das pessoas infectadas e, às vezes, até 90% delas. Os sobreviventes costumam ter sequelas.
Atualmente, são utilizadas duas vacinas contra o ebola na RDC para combater a epidemia que assola o país: Ervebo, vacina do grupo US Merck & Co (MSD) que a União Europeia acaba de autorizar e, mais recentemente, uma vacina experimental do laboratório americano Janssen (Grupo Johnson & Johnson).
A epidemia na RDC deixou 2.200 mortos desde agosto de 2018. É a epidemia mais grave desde a de 2014-2016, na qual mais de 11.000 pessoas morreram na África Ocidental, acelerando as pesquisas de vacinas.