Piolhos de 100 milhões de anos foram descobertos perto de penas de dinossauros, uma das quais mordiscada, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira na Nature Communications.
"Este novo inseto, chamado Mesophthirus engeli, apresenta uma série de caracteres morfológicos dos parasitas externos: um corpo minúsculo sem asas, uma cabeça com grandes peças bucais feitas para mastigar, antenas curtas e robustas...", explicou à AFP Chungkun Shih, do Museu Nacional de História Natural de Washington.
O especialista acrescentou que "o inseto não se alimentava de sangue, mas de penas de dinossauros".
Os insetos (dez), "um pouco como os piolhos modernos", e duas penas de dinossauros, foram preservados em âmbar como resultado de secreções de plantas fossilizadas de cerca de 100 milhões de anos.
Segundo o estudo, uma das penas foi danificada, aparentemente mastigada, como agora são as penas de pássaros infestados de piolhos.
Já era sabido que os insetos se alimentavam do sangue dos dinossauros, mas os pesquisadores jamais haviam encontrado parasitas que comem penas.
E não foi fácil: "Verificamos cerca de mil penas pertencentes a colecionadores de âmbar", diz Chungkun Shih.
A descoberta dos "insetos mais antigos que se alimentam de penas" permitirá que os especialistas saibam um pouco mais sobre a origem desses insetos. Mesmo que ainda não possam provar que esses piolhos sejam os ancestrais daqueles que infestam os pássaros de hoje.
"Como não encontramos o Mesophthirus engeli associado a penas de pássaros, não podemos tirar conclusões formais sobre as relações evolutivas entre piolhos e dinossauros com penas", diz Chungkun Shih.