Greta Thunberg acusou nesta quarta-feira os países ricos que anunciaram ambiciosas metas de redução de emissões de "enganação" e estimou que "nada está sendo feito" para evitar uma catástrofe climática.
A adolescente sueca interveio na COP25 em Madri, onde cerca de 200 países se reúnem até sexta-feira com o objetivo de intensificar a luta contra as mudanças climáticas.
A maioria dos Estados trabalha com metas de redução de emissões de médio prazo e uma das questões centrais das negociações é a necessidade de aumentar as ambições.
"Um punhado de países ricos prometeu reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em X por cento nesta ou naquela data, ou alcançar a neutralidade de carbono em X anos", disse Thunberg, símbolo da luta contra as mudanças climáticas.
"Isso pode parecer impressionante à primeira vista (...) mas não é liderança, é enganação, porque a maioria dessas promessas não inclui a aviação, transporte marítimo ou importação e exportação de mercadorias. Em vez disso, incluem a possibilidade que os países compensem suas ambições fora de suas fronteiras", denunciou.
Enquanto os cientistas estão cada vez mais atentos à necessidade de agir urgentemente para limitar o aquecimento global abaixo de +2°C, a jovem militante lamentou que nenhum progresso esteja sendo feito.
"Digam-me, como vocês reagem a esses dados [científicos] sem sentir pelo menos um pouco de pânico, como respondem ao fato de que nada está sendo feito sem ao menos sentir um pouco de raiva?"
A Conferência do Clima da ONU parece ter se tornado "uma oportunidade para os países negociarem brechas legais e evitarem ambições", disse Thunberg.
Ela pediu aos países ricos que assumam suas responsabilidades e alcancem a meta de "zero emissões de uma maneira muito mais rápida e depois ajudem os mais pobres a fazer o mesmo".