O tiroteio violento que matou seis pessoas em Jersey City, perto de Nova York na terça-feira (10), teve como alvo uma loja kosher - informou nesta quarta-feira (11) o prefeito da cidade onde ocorreu o ataque.
A análise das câmeras de vigilância na rua deixa claro que os dois suspeitos que morreram no tiroteio "atingiram a loja kosher" de Jersey City, onde três outros civis morreram, escreveu o prefeito Steven Fulop em sua conta no Twitter.
O detetive da polícia local Joseph Seals foi o primeiro a morrer depois de se aproximar dos dois suspeitos - um homem e uma mulher - pouco antes. Ambos estavam dentro de uma caminhonete alugada em um cemitério da cidade, informaram as autoridades.
Os suspeitos dirigiram lentamente para o armazém kosher, onde entraram com dois rifles longos e começaram a atirar imediatamente contra civis, contou o diretor de segurança pública de Jersey City, James Shea.
"Sou judeu e estou orgulhoso de viver em uma comunidade como #JerseyCity que sempre deu as boas-vindas a todos", disse o prefeito Fulop, sem indicar diretamente que foi um ataque antissemita.
"É o lar de #EllisIsland e sempre foi a porta de ouro para os Estados Unidos. O ódio e o antissemitismo nunca ocorreram aqui na JC e nunca terão um lugar em nossa cidade", destacou.
Fulop explicou que dois policiais que estavam a um quarteirão do armazém impediram que os suspeitos deixassem o local e ferissem mais civis.
Então centenas de agentes fortemente armados, alguns à paisana e outros uniformizados, chegaram rapidamente ao local, transformando a área residencial de Jersey City em uma zona de guerra.
Dois policiais foram baleados, além de um civil que passava.
Fontes policiais não identificadas citadas pelo jornal "The New York Times" disseram que um dos suspeitos havia postado on-line comentários antissemitas e contra a Polícia antes do tiroteio.
Também afirmaram que, dentro da caminhonete alugada pelos suspeitos, havia um manifesto e uma bomba caseira ativa.
- Segurança reforçada -
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, informou nesta quarta-feira que a polícia de Nova York também está em "alerta máximo" e que agentes foram enviados "para proteger os principais locais da comunidade judaica".
Nova York abriga a maior comunidade judaica fora de Israel.
"Tragicamente, isso confirma que um padrão crescente de antissemitismo violento se tornou uma crise para nossa nação. E agora essa ameaça chegou aos portões da cidade de Nova York", alertou de Blasio em comunicado.
"A história nos ensina o quão perigoso é esse tipo de padrão de ódio. Precisamos parar o antissemitismo de forma agressiva e decisiva. Convoco todos os nova-iorquinos a se unirem para eliminar essa ameaça", afirmou.
Os incidentes antissemitas nos EUA se mantiveram em níveis próximos ao recorde em 2018, quando foram registradas duas vezes mais agressões físicas contra judeus do que em 2017, de acordo com um relatório da Liga Anti-Difamação publicado em abril.
Em outubro de 2018, um americano matou 11 pessoas em uma sinagoga em Pittsburgh, na Pensilvânia, o maior ataque à comunidade judaica nos Estados Unidos.