Jornal Estado de Minas

"Star Wars: A Ascensão Skywalker" encerra mais de 40 anos de saga

A força esteve com eles durante 42 anos: os astros veteranos de Star Wars se reúnem para o fim da lendária história criada por George Lucas em 1977, com a inesperada e comovente presença da princesa Leia.

Embora outros filmes da franquia "Star Wars" estejam programados, "A Ascensão Skywalker", que estreia esta semana em todo o mundo, será uma espécie de despedida para toda uma geração. E para Anthony Daniels, que interpretou o droide C3PO desde o início, e Billy Dee Williams, que interpreta Lando Calrissian, este nono e último episódio da saga Skywalker é uma espécie de canto do cisne.





E também é o último filme de Carrie Fisher - que faleceu aos 60 anos no fim de 2016 - no papel que a lançou para a fama: o da aguerrida princesa Leia Organa.

Graças a um inovador reaproveitamento de cenas filmadas para os longas-metragens anteriores da mais recente trilogia, Fisher permanece no centro da produção, três anos após sua morte.

"A ideia de continuar a história sem Leia não era uma possibilidade e não havia como fazer uma Leia digital", disse o diretor JJ Abrams em uma entrevista coletiva em Los Angeles.

"E não era possível, claro, que outra atriz a interpretasse".

A jovem princesa idealista do início da saga é agora uma general de grande reputação, que inspira uma nova geração de integrantes da Resistência como Rey (Daisy Ridley) a enfrentar o Lado Sombrio, liderado pelo filho de Leia, o sinistro Kylo Ren (Adam Driver).





Para o filme, os outros atores, incluindo sua filha Billie Lourd, filmaram cenas e diálogos que poderiam ser combinados com as tomadas já gravadas por Fisher e que foram conservadas nos arquivos.

"Carrie teve um papel fundamental nos nove filmes", disse Kelly Marie Tran, 30 anos, que interpreta a mecânica da Resistência Rose Tico. "Havia muita vontade de honrá-la e ela está incrível no filme!"

- "Guardião" -

Fisher não foi a única integrante do elenco original da primeira trilogia de Star Wars que morreu antes de "A Ascensão Skywalker".

Peter Mayhew, o Chewbacca original, faleceu após um ataque cardíaco em abril. Mas por seu estado de saúde frágil, o ator já havia passado o bastão do personagem para Joonas Suotamo, um finlandês de 2,12 metros de altura, desde "O Despertar da Força" em 2015.

"Quando Peter morreu, eu fiquei com o coração partido. Mas gosto de pensar que neste filme tentei fazer justiça a ele", declarou Suotamo, que atribui a Mayhew o andar particular de "Chewie", reconhecido em todo o mundo.

"Mesmo que as pessoas não tenham assistido Star Wars, elas podem saber quem é Chewbacca. E é disto que sou o guardião".





Para Williams, voltar ao papel de Lando foi quase como assumir um novo personagem, pois ele não esperava, 36 anos depois de "O Retorno de Jedi".

"Não pensei que aconteceria. Era algo que já dava por encerrado", disse. "Mas quando recebi a ligação de JJ e nos reunimos, eu sentei e ri... foi um presente maravilhoso".

Do mesmo modo, Anthony Daniels, que interpretou o droide C3PO em todos os filmes da saga Star Wars, disse que a perda dos amigos de elenco e o fim dos filmes permitiram uma pausa para refletir sobre a escala do fenômeno.

"É como ter o nariz contra o planeta, não dá para ver como este planeta é grande", disse. "Finalmente, eu vejo quase de outra perspectiva... fico feliz por ter sobrevivido por tanto tempo".

"A Ascensão Skywalker" aposta na nostalgia e nos episódios anteriores. JJ Abrams admitiu que nenhuma solução foi perfeita para compensar a ausência de Carrie Fisher, mas afirmou que ficou satisfeito com o resultado.

"Se tivéssemos Carrie por perto, teríamos feito coisas diferentes aqui e ali? Claro que teríamos. Mas tivemos a oportunidade de ter Carrie no filme", disse.

"Conseguimos fazer algo com que Carrie, eu gosto de pensar, ficaria feliz", concluiu.

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