Jornal Estado de Minas

Tony Blair critica Corbyn e seu 'socialismo quase revolucionário'

O ex-primeiro-ministro trabalhista britânico Tony Blair criticou nesta quarta-feira a "indecisão quase cômica" do atual líder do partido, Jeremy Corbyn, sobre o Brexit e seu "socialismo quase revolucionário" quando a formação se prepara para substituí-lo após sua histórica derrota eleitoral.



Em um ato público em Londres, Blair, que governou o país entre 1997 e 2007, alertou que o Partido Trabalhista corre o risco de ser "substituído" por outra formação como alternativa aos conservadores, se não for "renovado".

Nas legislativas da semana passada, o partido sofreu sua pior derrota desde 1935, forçando Corbyn, um membro da ala esquerdista, à saída nos próximos meses.

Blair, defensor de uma linha social-democrata centrista, é o único trabalhista a chegar ao poder nos últimos 45 anos.

Ao se opor abertamente ao radicalismo de Corbyn, ele o criticou por não ter assumido "uma posição clara" sobre a grande questão que preocupa o país: o Brexit.

O ex-sindicalista fez campanha prometendo negociar um novo acordo com Bruxelas e garantindo que ele o submeteria a um referendo, além da opção de simplesmente permanecer na União Europeia.

Mas alertou que, pessoalmente, permaneceria "neutro" em relação à questão.

"Com outra direção", o partido teria "mais votos conservadores nas classes trabalhadoras", disse ele, enfatizando que "a maioria dos eleitores trabalhistas é de fato a favor da permanência" na UE.

"Seguimos um caminho de indecisão quase cômico", denunciou.

Na sua opinião, Corbyn encarna um "socialismo quase revolucionário" incapaz de seduzir os eleitores nos "países ocidentais".

Durante uma reunião do partido na noite de terça-feira, Corbyn foi alvo da ira de muitos de seus membros, a quem pediu desculpas por um resultado eleitoral que ele assumiu como sua responsabilidade.