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Estado de Minas

Câmara dos Estados Unidos decide sobre impeachment de Trump

No Senado, que analisará o impeachment em janeiro após o recesso pelo Natal, espera-se que Trump seja absolvido


postado em 18/12/2019 21:31 / atualizado em 18/12/2019 21:44

O magnata republicano é acusado de tentar pressionar a Ucrânia a investigar um de seus principais rivais nas eleições presidenciais de 2020(foto: Brendan Smialowski / AFP )
O magnata republicano é acusado de tentar pressionar a Ucrânia a investigar um de seus principais rivais nas eleições presidenciais de 2020 (foto: Brendan Smialowski / AFP )
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos decide nesta quarta-feira sobre o processo de impeachment do presidente Donald Trump por abuso de poder e obstrução do Congresso, numa jornada histórica que cristaliza a divisão do país.


A Câmara dos Representantes, controlada pela oposição democrata, decidirá ainda nesta quarta-feira se aprova as acusações de "abuso de poder" e "obstrução ao trabalho do Congresso" contra o presidente.


No Senado, que analisará o impeachment em janeiro após o recesso pelo Natal, espera-se que Trump seja absolvido, pois são necessários pelo menos 67 votos para retirá-lo do cargo e os republicanos têm 53 dos 100 assentos.


O magnata republicano é acusado de tentar pressionar a Ucrânia a investigar um de seus principais rivais nas eleições presidenciais de 2020, o ex-vice-presidente Joe Biden.


Pela manhã, Trump escreveu no Twitter que não fez "nada de mau", no dia seguinte ao envio de uma carta à líder da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, afirmando que "a história a julgará duramente" pelo processo.


Mais tarde, continuou escrevendo na rede social que este processo é "um ataque contra os Estados Unidos e contra o Partido Republicano".


- "Vamos apoiar nosso presidente" -


Já Pelosi disse que os democratas não tinham outra opção além de abrir o processo de impeachment e chamou Trump de "ameaça contínua à segurança nacional".


Trump passou o dia na Casa Branca e à tarde viajou para Michigan para um comício e não falou com a imprensa. Os simpatizantes do presidente chegaram cedo ao local do evento, suportando temperaturas baixíssimas.


"Acho que, com essas investigações para um impeachment e com todos os democratas contra Trump, é importante sair e apoiar nosso presidente", disse Cecilia Bleeker, 21 anos, moradora de Michigan.


O processo de impeachment divide os americanos: 45% querem que Trump seja afastado (77% entre os eleitores democratas), enquanto 47% se opõem, de acordo com uma pesquisa da CNN-SSR.


Nesta quarta-feira, em frente ao Capitólio, em Washington, dezenas de pessoas se reuniram para pedir a saída do presidente: "Trump precisa sair", gritavam.


"Sinto que precisamos mostrar às pessoas que isso é importante para nós", disse Jill Watson, aposentada de 72 anos, a favor do processo contra o presidente.


- Um debate duro -


Apesar do clima de polarização em Washington, os legisladores dos dois partidos concordam com a avaliação de que este é um dia triste para o país, mas o restante do debate refletiu a divisão nos Estados Unidos.


O representante republicano Barry Loudermilk afirmou que até Pôncio Pilatos havia concedido a Jesus mais direitos no processo contra ele, enquanto seu colega de partido Gregory Murphy afirmou que "existem indivíduos que odeiam o presidente mais do que amam o país".


Para os democratas da Câmara, que têm 233 dos 435 assentos da casa, os fatos são claros e devem votar alinhados.


"Olhar para o outro lado quando o presidente cometeu crimes contra nossa nação não é uma opção", disse a deputada Rashida Tlaib.


No entanto, há pouca chance de o processo contra Trump avançar no Senado, onde dois presidentes foram julgados: Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998. Ambos permaneceram no cargo. O republicano Richard Nixon, envolvido no escândalo de Watergate, preferiu renunciar em 1974 antes de passar por essa situação.


- Riscos eleitorais -


O presidente está agora tentando transformar o processo contra ele em um elemento que atenda às suas bases e lhe dê um impulso para a reeleição.


Ciente do risco eleitoral, Pelosi conteve por muito tempo os pedidos para abertura de um processo de impeachment contra Trump, até que o escândalo ucraniano surgiu.


Ela finalmente iniciou a investigação, no final de setembro, depois de ouvir a denúncia de um funcionário não identificado sobre a suposta conduta inadequada do presidente durante uma ligação telefônica em 25 de julho para o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.


Várias testemunhas confirmaram ao Comitê Judicial da Câmara as pressões para forçar Kiev a anunciar a abertura de uma investigação sobre corrupção contra Biden e seu filho.


A Casa Branca se recusou a cooperar com a investigação, chamando-a de "inconstitucional" e proibiu vários de seus assessores de testemunhar.


Por essa razão, os democratas acusam Trump de ter abusado de seu poder para obter benefícios próprios e de ter obstruído o trabalho do Congresso.


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