O presidente iraniano Hassan Rohani pediu aos países muçulmanos que cooperem para combater o "terrorismo econômico" americano, sugerindo a criação de uma criptomoeda comum, ao falar nesta quinta-feira em uma cúpula em Kuala Lumpur, dedicada aos problemas do mundo islâmico.
Centenas de delegados e vários chefes de Estado estão presentes nesta reunião, embora se destaque a ausência da Arábia Saudita, o que levou alguns analistas a perceber neste fórum a criação de um grupo alternativo sem a participação saudita.
Precisamente, este evento foi criticado pela Organização de Cooperação Islâmica (OCI), sediada em Jidá (Arábia Saudita).
Para o presidente iraniano, "o regime econômico americano e a dolarização das economias nacionais e internacionais permitiram aos Estados Unidos avançar em sua hegemonia graças à ameaça de sanções e ao terrorismo econômico".
O mundo muçulmano deve se libertar "do domínio do dólar e de seu sistema financeiro", acrescentou em um discurso, pedindo maior cooperação econômica.
Os Estados Unidos impuseram novamente sanções econômicas drásticas ao Irã em 2018, após a retirada do acordo nuclear internacional assinado com Teerã.
A economia iraniana entrou em recessão, vendo sua moeda se depreciar e a inflação subir.
Rohani propôs que as nações muçulmanas unissem forças, incentivando a cooperação do setor bancário ao turismo. Sugeriu também que os bancos centrais dos países muçulmanos criem uma criptomoeda comum.
Por sua parte, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan também incentivou os países islâmicos a romper sua dependência do dólar e pediu aos muçulmanos que "liberem o comércio bilateral das pressões das divisas".