O ex-presidente boliviano Evo Morales, asilado em Buenos Aires, disse nesta quinta-feira que uma equipe formada pelo jurista espanhol Baltasar Garzón lutará contra o mandado de prisão emitido contra ele pelo governo de transição de seu país.
"Formamos uma equipe internacional, com o dr. Baltasar (Garzón) na Europa", disse Morales em entrevista coletiva um dia depois que o promotor boliviano ordenou a prisão do ex-presidente, em uma investigação por supostos crimes de "sedição e terrorismo".
"Vamos agir legalmente contra esse mandado de prisão que não é constitucional nem legal", alertou.
O documento, assinado pelos promotores de La Paz, Jhimmy Almanza e Richard Villaca, ordena que procuradores, policiais e funcionários públicos prendam e conduzam Evo Morales ante os escritórios da procuradoria.
A procuradoria abriu a investigação pelos crimes de "sedição e terrorismo" após uma queixa apresentada pelo atual Ministro do Governo (Interior), Arturo Murillo, em 22 de novembro.
O processo contra o ex-governador de esquerda, que renunciou em 10 de novembro, é baseado em um áudio revelado por Murillo, no qual a voz de Morales é ouvida supostamente dando instruções a um de seus apoiadores, o plantador de coca Faustino Yucra, para bloquear estradas e interromper fornecimento de alimentos para algumas cidades.