Ao menos 20 pessoas morreram, dezenas são consideradas desaparecidas e mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas desde o início da temporada de incêndios na Austrália. As chamas afetaram uma superfície equivalente ao dobro do território da Bélgica e, nesta quinta-feira, 2, o primeiro-ministro Scott Morrison foi hostilizado por moradores da cidade de Cobargo ao visitar o local.
Chefe de Governo do país, ele foi alvo de críticas dos australianos após ter viajado de férias ao Havaí em dezembro, quando o país já sofria com os incêndios, e por não atuar para combater a mudança climática.
Nesta quinta, a situação de Morrison se agravou durante visita à cidade Cobargo, no litoral sul, desta vez pela forma como tem administrado a crise que já se arrasta há quase quatro meses. Ele foi vaiado, em particular por uma jovem mãe que chorava e por um bombeiro que se recusou a apertar sua mão.
"Você não terá nossos votos, amigo", gritou um morador. "É injusto. Nos esqueceram completamente aqui", reclamou uma mulher. Morrison então retornou rapidamente para um carro do governo ouvindo insultos.
"As pessoas estão irritadas, perderam muito, estão nervosas", admitiu o primeiro-ministro. "Entendo completamente como se sentem. Não encaro como algo pessoal".
Ao comentar o caso, o ministro dos Transportes de Bega, Andrew Constance afirmou que Morrison recebeu "as boas vindas que merece" ao chegar na região e ser hostilizado. "O que eu diria para o primeiro ministro hoje é: a nação quer que você abra o talão de cheques e obviamente ajude as pessoas a reconstruírem suas vidas", comentou Constance, que também teve sua casa atingida pelos incêndios, em entrevista ao canal 7 News Sydney.
Calor
A meteorologia prevê que a temperatura na região aumente para acima dos 40 graus ao longo do próximo sábado (4). As autoridades declararam estado de emergência no sudeste, onde há maior concentração populacional na Austrália. (Com agências internacionais).