O mundo reagiu com preocupação ao ataque com 22 mísseis lançado na madrugada desta quarta-feira (8) pelo Irã contra bases iraquianas utilizadas por tropas americanas, em represália ao assassinato do general iraniano Qassem Soleimani.
Confira abaixo algumas das reações do governo iraniano, assim como da comunidade internacional:
- Presidente do Irã, Hassan Rohani
"O Irã demonstrou que não retrocede" frente aos Estados Unidos, declarou Rohani no Conselho de Ministros, ressaltando que "se os Estados Unidos quiserem cometer outro crime, devem saber que receberão uma resposta ainda mais firme".
"Mas, se forem cuidadosos, não farão mais nada", completou.
- Guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei
"Na noite passada, foi dada uma bofetada na cara" dos americanos, disse o líder em um discurso divulgado pela televisão, no qual defendeu que "o que importa é que a presença corrupta dos Estados Unidos nesta região tem que terminar".
- Presidente do Iraque, Barham Saleh
"Condenamos o bombardeio com mísseis iranianos que atingiu instalações militares em território iraquiano e repetimos nossa rejeição à violação reiterada da soberania estatal e a que o Iraque se transforme em um campo de batalha para os lados em guerra"
- Presidente do Parlamento iraquiano, Mohamed al-Halbusi
"Condenamos a violação iraniana da soberania iraquiana hoje [quarta-feira] de madrugada. Confirmamos nossa rejeição absoluto a que as partes em conflito usem território iraquiano para acertar suas contas"
- Líder do Hashd al-Shaabi (coalizão de grupos paramilitares no Iraque), Qais al-Khazali
Al-Khazali ameaçou os Estados Unidos com uma "resposta" tão "importante quanto a iraniana" e disse, no Twitter, que "a primeira resposta iraniana ao assassinato do comandante mártir (Qassem) Soleimani aconteceu".
"Chegou a hora da primeira resposta iraquiana ao assassinato do comandante mártir (iraniano Abu Mehdi) Al-Muhandis", líder dos paramilitares pró-Irã, morto junto com Soleimani, completou.
- Chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell
"O último ataque (...) é um exemplo a mais da escalada e do aumento da confrontação", afirmou Borrell, que pediu o fim da "espiral de violência".
Para ele, os "recentes acontecimentos" são "muito preocupantes", já que "põem em risco os esforços dos últimos anos" e o "trabalho" da coalizão contra o EI.
- Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
"A crise atual não afeta apenas a região, mas todos nós. O uso das armas deve cessar para dar espaço ao diálogo"
- Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson
"O Irã não deve repetir estes imprudentes e perigosos ataques, e sim buscar uma desescalada urgente", disse Johnson na Câmara dos Comuns
- Ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab
"Condenamos este ataque contra bases militares iraquianas usadas pelas forças da coalizão, entre elas as britânicas", declarou Raab, que manifestou sua "preocupação" com "informações que dão conta de feridos" e "da utilização de mísseis balísticos".
"Uma guerra no Oriente Médio apenas beneficiaria o Daesh [acrônimo em árabe para 'Estado Islâmico'] e outros grupos terroristas", completou.
- Ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer
"Posso dizer apenas, em nome do governo, que condenamos firmemente este ataque", disse a ministra, ressaltando que "agora é decisivo que não permitamos que esta espiral cresça mais".
"Cabe aos iranianos, antes de mais nada, não provocar uma nova escalada", afirmou, antecipando que a Alemanha prevê "uma retirada parcial eventual" de seus soldados estacionados em Erbil, no Curdistão iraquiano.
- Ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian
"A França condena os ataques conduzidos esta noite pelo Irã no Iraque contra bases da Coalizão contra o Daesh", declarou Le Drian, defendendo que "a prioridade é, mais do que nunca, a desescalada. O ciclo de violência deve parar".
- Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu
"Quem quer que nos ataque receberá uma resposta retumbante"
- Governo da Itália
"A Itália segue com grande preocupação os últimos acontecimentos no Iraque e condena o ataque de Teerã a duas bases que abrigam soldados da coalizão. Trata-se de um ato grave que aumenta a tensão em um contexto já crítico e muito delicado", afirmou o governo.
No comunicado oficial, também se pede que "sejam redobrados os esforços políticos e diplomáticos para normalizar a situação e restaurar a segurança na região".
"A opção militar é totalmente inaceitável".
- Chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg
"Condeno os ataques com mísseis iranianos contra as forças americanas e da coalizão no Iraque. A OTAN pede ao Irã que se abstenha de mais violência"