A Grã-Bretanha não deve contar em ter relações comerciais sem atritos com a União Europeia após o Brexit caso não haja garantias de livre circulação dos europeus, disse nesta sexta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
"Se não há livre circulação de pessoas, não pode haver livre circulação de bens, serviços e capital", declarou Von der Leyen em uma entrevista coletiva na Croácia, que acaba de assumir a presidência rotativa da União Europeia.
Esta declaração é um aviso para a Grã-Bretanha, que ainda não negociou suas futuras relações com a UE, principalmente no campo comercial, após a saída do bloco previsto para o final de janeiro.
O governo Boris Johnson expressou sua intenção de acabar com a livre circulação de pessoas, que até agora permitia que os cidadãos da UE vivessem na Grã-Bretanha e os britânicos se mudassem e vivessem nos países da UE.
O acordo Brexit regula, em geral, o divórcio e visa garantir uma transição suave para um novo relacionamento futuro que ainda precisa ser definido.
Para esse fim, prevê um período de transição até o final de 2020.
Durante esse período, ambas as partes devem negociar acordos, em particular sobre comércio, mas também sobre segurança, energia, pesca e transporte.
Para o primeiro-ministro britânico, não há razão para estender a transição além de 2020, uma possibilidade prevista no acordo do Brexit.
No início desta semana, Ursula von der Leyen já havia alertado que as negociações seriam "difíceis" e que seria impossível chegar a acordo sobre "todos os aspectos", sem que as negociações se estendessem além do final de 2020.