Os advogados de Donald Trump apresentaram neste sábado (18) sua linha de defesa três dias antes do julgamento de impeachment do presidente dos Estados Unidos, um processo que consideram inconstitucional e "perigoso".
É a primeira vez desde que a Casa Branca anunciou na sexta-feira a composição da equipe de defesa que esta apresenta seus argumentos, idênticos às antecipadas em setembro por Trump e pelos republicanos.
Em uma primeira "resposta" escrita à acusação redigida pela Câmara de Representantes, os advogados consideram que se trata de "um ataque perigoso contra o direito dos americanos a eleger livremente seu presidente", disse à imprensa uma fonte próxima à equipe de defesa.
"É uma tentativa descarada e ilegal de anular os resultados das eleições de 2016 e interferir com as eleições de 2020", acrescentam os advogados Jay Sekulox e Pat Cipoll.
O magnata republicano é acusado formalmente de ter cometido abuso de poder ao exigir que a Ucrânia investigue seu adversário político, Joe Biden, bem colocado para conseguir a indicação democrata às eleições presidenciais de novembro.
Segundo a acusação, Trump pressionou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, ao condicionar um convite à Casa Branca e uma ajuda militar crucial a Kiev Pa realização destas investigações.
É responsabilizado, ainda, por ter obstruído a investigação realizada pela Câmara de Representantes.
"A ata de acusação é constitucionalmente inadmissível" e "não implica nenhum delito ou violação da lei", disseram os dois advogados.
A resposta dos dois defensores de Trump aborda também o fundo do caso.
Alegam que o presidente se reuniu com o colega ucraniano em setembro na ONU e que a ajuda militar foi desbloqueada.
Os advogados concluem que não houve nenhuma imposição a Kiev por parte de Trump.
A equipe de defesa de Trump será chefiado por Cipollone, um advogado da Casa Branca, anunciou a Presidência na sexta-feira. Será assistido por Sekulow, advogado pessoal do mandatário.
Segundo outra fonte que também apresentou a resposta da Casa Branca, a acusação "viola a Constituição" porque surge de uma investigação dos democratas "que privou o presidente de seus direitos".
Este procedimento de "julgamento político" corre o risco de provocar "danos duradouros às instituições", advertiu.
A equipe de defesa de Trump será liderado por Pat Cipollone, um advogado da Casa Branca, anunciou a presidência na sexta-feira. Será assistido por Jay Sekulow, advogado pessoal do mandatário.
Também vão se somar à equipe o ex-promotor Kenneth Starr, central no julgamento do impeachment do ex-presidente Bill Clinton, e o constitucionalista Alan Dershowitz, um dos advogados de O.J. Simpson.
Os democratas da Câmara dos Representantes apresentaram seus argumentos ao Senado no sábado antes da abertura dos debates da próxima terça-feira.
Abordam os alimentos principais da acusação que votaram no fim do ano passado e destacam que o comportamento de Trump teria sido "o pior pesadelo" dos mentores da Constituição americana.
Pedem neste sentido ao Senado que "elimine a ameaça que o presidente representa para a segurança nacional dos Estados Unidos".
"O caso contra o presidente dos Estados Unidos é simples, os fatos são indiscutíveis e a evidência, assustadora", escrevem os legisladores democratas eleitos que vão dirigir as alegações contra Trump.
O julgamento contra o presidente começou formalmente na quinta-feira com a tomada de posse dos senadores que juraram ser imparciais. Chegará ao centro na terça-feira, com um primeiro confronto entre as partes.
Trump é o terceiro presidente dos Estados Unidos a ser submetido a um julgamento de impeachment.