O príncipe Harry expressou no domingo (19) sua "grande tristeza" com a forma como ele e sua esposa, Meghan, renunciaram a seus títulos de nobreza no âmbito do acordo de separação da família real britânica - conforme vídeo postado no Instagram.
"Me traz grande tristeza que tenha chegado a isto", afirmou.
"Nossa esperança era continuar servindo à Rainha, à comunidade e a minhas associações militares, mas sem financiamento público. Infelizmente, isso não é possível", acrescentou.
O acordo para selar o afastamento da família real destituiu Harry e Meghan de recursos públicos e lhes exige que reembolsem 2,4 milhões de libras (US$ 3,1 milhões), utilizados nas restauração do complexo onde moram, perto do castelo de Windsor.
Harry também se viu obrigado a renunciar a suas patentes militares e condecorações obtidas com duas missões ao Afeganistão com o Exército britânico.
Ele deve continuar a participar de atos oficias até a primavera (boreal). Nesta segunda, foi a uma cúpula em Londres dedicada aos investimento britânicos na África, onde teve um encontro privado com o primeiro-ministro Boris Johnson.
No vídeo divulgado na noite de domingo, Harry explica a seus seguidores o processo de separação da família real e afirma que nutre um "enorme respeito" pela rainha Elizabeth II.
"Tem sido um privilégio estar ao seu serviço e continuaremos a fazê-lo", afirmou.
"Sempre tive um enorme respeito pela minha vó, por minha comandante-em-chefe, e estou incrivelmente agradecido a ela e ao restante da família pelo apoio que têm nos dado a Meghan e a mim nos últimos meses", disse.
Em sua decisão, anunciada no sábado, a monarca declarou que "Harry, Meghan e Archie continuarão sendo membros muito queridos da minha família".
Harry também sugeriu incertezas sobre o início de uma nova vida longe das obrigações reais. O príncipe e Meghan passarão inicialmente um tempo no Canadá, antes de decidir se vão se instalar nos Estados Unidos ou em outro país.
"Agradeço por me darem a coragem para dar este novo passo", completou.
Nesta segunda, o jornal "The Guardian" destacava que a realeza perde seus dois membros mais populares entre os jovens, enquanto o conservador "Daily Telegraph" analisava como esta crise obrigoiu a monarquia a se redefinir.
Segudo o "Telegraph", o príncipe Charles, pai de Harry, que aos 71 anos se prepara para suceder à rainha Elizabeth II, de 93, continuará financiando o casal com sua "renda particular", enquanto decidem o que fazer.
Uma fonte próxima ao príncipe de Gales afirmou, contudo, que esta ajuda não é "inesgotável" e que o trato será revisto em um ano.
De acordo com Dickie Arbiter, ex-secretário de Imprensa da Coroa, as medidas tomadas pela rainha são de uma rigidez sem precedentes na realeza britânica.
"Mesmo quando Edward VIII abdicou (em 1936) passou de 'Sua Majestade, o Rei' para 'Alteza Real, duque de Windsor'. Isso não tem precedentes", afirmou.
Além disso, "nenhum membro da família real jamais teve de reembolsar dinheiro".