O presidente da autoridade Palestina, Mahmud Abbas, falará ao Conselho de Segurança da ONU dentro de suas semanas sobre seu repúdio ao plano de paz proposto pelos Estados Unidos ao Oriente Médio, informou à imprensa o embaixador palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansur.
Mansur, que não pôde fornecer uma data precisa para a visita de Abbas, acrescentou que um projeto de resolução seria submetido ao Conselho.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta terça um plano de paz para pôr fim ao conflito israelense-palestino, que foi saudado por Israel e rejeitado taxativamente pelos palestinos.
Antes de falar no Conselho de Segurança, Abbas participará de uma reunião ministerial da Liga Árabe no próximo sábado no Cairo, do encontro da Organização da Cooperação Islâmica e uma cúpula da União Africana prevista para o começo de fevereiro, informou Mansur.
É possível que Abbas se reúna com a União Europeia antes de ir para a ONU, segundo um diplomata palestino.
"Estas consultas vão terminar em duas semanas com uma visita do presidente Abbas ao Conselho de Segurança", disse Mansur. "Até então esperamos ter um acordo sobre um texto que será submetido ao voto do Conselho", acrescentou.
O diplomata afirmou que a paz entre Israel e a criação de um Estado palestino independente só poderia ser obtido através do direito internacional e o reconhecimento de Jerusalém como capital dos palestinos.
Assegurou, ainda, que qualquer mudança nas linhas fronteiriças traçadas em 1967 deveria contar com o apoio das duas partes e que seria preciso incluir uma solução para a questão dos refugiados em qualquer tratado.
O projeto americano, apresentado na terça por Trump, afirma que Jerusalém continuará sendo "a capital indivisível de Israel" e propõe criar uma capital do Estado palestino limitada a bairros de Jerusalém oriental, sem explicar como conciliar as duas coisas. Também altera o traçado das linhas de 1967.
"Não é um plano de paz, é um plano que afasta a paz", disse Mansur. "É um plano para destruir a aspiração nacional do povo palestino a realizar seus direitos inalienáveis à autodeterminação, à obtenção de um Estado e a resolver os direitos dos refugiados", acrescentou.