"Indústria americana", um documentário sobre uma fábrica de automóveis do Meio oeste dos Estados Unidos, reaberta por um bilionário chinês e produzido por Barack e Michelle Obama para a Netflix, frustrou as ambições do brasileiro "Democracia em Vertigem", e faturou o Oscar de melhor documentário neste domingo (9).
"Quando começamos (o filme), nem mesmo tínhamos o presidente (Donald) Trump, e muito menos as guerras comerciais e o conflito com a China", disse a diretora Julia Reichert à AFP.
Codirigido por Reichert e Steven Bognar, o filme, premiado no Festival de Sundance 2019, se passa em uma fábrica abandonada da General Motors em Ohio, que volta a funcionar quando o chinês Cao Dewang a compra e a transforma na fábrica de para-brisas Fuyao Glass America.
"American Factory" superou "Democracia em Vertigem", dirigido pela brasileira Petra Costa e considerado dias atrás uma "porcaria" e uma obra de ficção pelo presidente Jair Bolsonaro.
Disponível na Netflix desde junho passado, este documentário conta em primeira pessoa a ascensão da esquerda no Brasil, com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva em 2003, sua prisão após ser condenado por corrupção, a destituição de sua sucessora Dilma Rousseff em 2016 e a chegada da direita ao poder com Bolsonaro, em 2018.
Também disputavam o Oscar de melhor documentário "The Cave", "For Sama" e "Honeyland", este último também concorrente ao prêmio de melhor filme estrangeiro.