Quem pagou pelas luxuosas férias de fim de ano no Caribe do primeiro-ministro britânico? Boris Johnson foi convocado nesta quinta-feira (13) para dar explicações, sob a ameaça da oposição iniciar uma investigação parlamentar.
Após sua vitória nas eleições legislativas de dezembro, Boris Johnson e sua namorada, Carrie Symonds, passaram o feriado de Ano Novo, que custaria 15.000 libras (cerca de 19.500 dólares) na ilha particular de Mustique, destino favorito dos ricos e famosos em São Vicente e Granadinas, no Caribe.
Boris Johnson afirma que essas férias foram pagas por David Ross, um doador do Partido Conservador e co-fundador da distribuidora de telefones celulares Carphone Warehouse.
Como tem a obrigação de fazer, o primeiro-ministro conservador declarou esse convite generoso ao Parlamento, afirmando que havia aceitado um "alojamento de férias privado para minha namorada e para mim, no valor de 15.000 libras".
Segundo esta declaração, David Ross pagou por essas férias que duraram de 26 de dezembro a 5 de janeiro.
"Todos os requisitos de transparência foram respeitados", disse um porta-voz de Boris Johnson.
Mas um porta-voz de David Ross garantiu à imprensa britânica que o empresário só havia ajudado o líder político a encontrar uma acomodação sem lhe fornecer dinheiro.
Dada a confusão gerada por essas explicações, o porta-voz disse mais tarde: "Ross forneceu uma acomodação para Johnson em Mustique estimada em 15.000 libras. Portanto, é uma contribuição em espécie de Ross para Johnson, e a declaração de Johnson na Câmara dos Comuns é correta".
Mas as declarações na quinta-feira não convenceram o prinipal grupo de oposição do primeiro-ministro, o Partido Trabalhista.
O partido escreveu ao comitê parlamentar sobre regras que exigiam uma investigação, argumentando que as perguntas permaneciam sem resposta.