O grupo francês Accor, sexto maior grupo hoteleiro do mundo, anunciou nesta quinta-feira que 200 de seus estabelecimentos na China e Hong Kong estão praticamente inativos devido à epidemia do novo coronavírus, embora o impacto em sua renda seja marginal.
"Praticamente não temos atividade em nossos hotéis na China", afirmou à imprensa Jean-Jacques Morin, diretor geral adjunto do grupo, que apresentou os resultados do grupo em 2019 durante uma conferência telefônica.
A China continental, Hong Kong e Macau, no entanto, representam apenas 3% da receita total da Accor, disse ele, relativizando o impacto da epidemia COVID-19 em seus resultados.
De acordo com os números relatados pelo grupo, de um total de 370 hotéis nesta área, 200 não estão mais recebendo reservas. "Cerca de sessenta" estão completamente fechados e os outros "quase não têm clientes, mas o governo chinês ainda não validou seu fechamento oficial", afirmou seu presidente, Sébastien Bazin, à rede de notícias BFM.
A região Ásia-Pacífico gera um terço da atividade do grupo, que possui mais de 5.000 hotéis e um faturamento de mais de 4 bilhões de euros no ano passado.
Os negócios nessa região já foram afetados no último ano por tensões comerciais entre China e Estados Unidos, protestos pró-democracia em Hong Kong e incêndios na Austrália.
A Accor aguarda agora o "ponto de inflexão" da nova epidemia de coronavírus para avaliar o efeito que terá sobre a indústria hoteleira.
"Ninguém sabe quanto tempo levará para voltar ao normal", afirmou Morin.
A China anunciou nesta quinta-feira seu nível mais baixo no número diário de novas infecções em quase um mês. O número oficial de mortos agora ultrapassa 2.100.